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Barbárie capitalista | 100 mortes em Pernambuco e o abutre Bolsonaro diz: “infelizmente essas catástrofes acontecem”.

A tragédia que atingiu centenas de milhares em Pernambuco, especialmente na Região Metropolitana do Recife e na Zona da Mata, matando mais de 100 pessoas e deixando pelo menos 6.198 desabrigados, não é natural. Ao contrário, os responsáveis por essa catástrofe tem nome e endereço.

quarta-feira 1º de junho de 2022 | 00:52

Miséria, fome, desemprego, moradias precárias em áreas de risco, especulação imobiliária, falta de saneamento básico, irracionalidade urbana, falta de sistema de drenagem, aquecimento global, destruição das margens dos rios, desmatamento, etc. O conjunto desses componentes que causaram a tragédia em Pernambuco se chama capitalismo. Mas em cada lugar do mundo, o capitalismo tem representantes, tem pessoas de carne e osso responsáveis por garantir o interesse do lucro dos patrões ao invés do interesse da maioria da população.

As enchentes e desabamentos no Brasil acontecem ano após ano. Não é novidade para nenhum político. Em Pernambuco não é diferente. O governador Paulo Câmara e o prefeito de Recife, João Campos, ambos do PSB, sempre tiveram em mãos o enorme número de casas em situação de risco, nas encostas dos morros e na beira dos rios. O PSB, partido oficial da oligarquia regional, está no governo de Pernambuco há 16 anos. O risco crônico das enchentes e deslizamentos fazem parte do plano de governo do PSB e da burguesia pernambucana.

Mas a omissão não é diferente para o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira do PL, e nem de Lupércio Carlos do Nascimento, prefeito de Olinda do Solidariedade, ou então do Inácio Manoel do Nascimento, prefeito de Nazaré da Mata, também do Solidariedade, ou ainda de Marinaldo Rosendo do PP, prefeito de Timbaúba. Todos esses, dos chamados “progressistas” até a direita e extrema direita, passando também pelo centrão, são responsáveis e cúmplices do desastre em Pernambuco.

Porém a decadência estrutural e urbana não são os únicos fatores que moveram essa catástrofe. O estado geral de miséria e pobreza em que vivemos em todo o país são um componente fundamental para explicar como uma chuva é capaz de acabar com a vida de tantas pessoas. Bolsonaro não é apenas uma abutre que chegou voando em Pernambuco para aumentar seu eleitorado nas eleições presidenciais. Bolsonaro também é responsável pelas mortes nas enchentes e deslizamentos.

Todos sabemos que as pessoas não vão morar em área de risco por acaso. E nem dão a vida para chegar ao trabalho por fidelidade ao patrão, seu explorador. O desemprego, a inflação e a miséria social são os fatores que determinam a vida de milhões de trabalhadores por todo o país. Como pagar aluguel se não conseguem nem pagar o gás de cozinha ou a conta de luz? Como ter acesso a direitos básicos com os cortes sistemáticos de investimento público e a lei do teto de gastos? Tudo isso sob as extremas condições dos empregos sem direitos e sem estabilidade garantidos pela reforma trabalhista.

Mas o dedo podre de Bolsonaro também está nas alterações climáticas e na destruição do meio ambiente. Bolsonaro é o testa de ferro do agronegócio, que vem desmatando e destruindo, com seu apoio incondicional, a floresta amazônica, passando por cima dos indígenas e povos originários.

Como se não bastasse, Bolsonaro também reduziu no último período os recursos destinados à Defesa Civil, que justamente controla as áreas de risco vulneráveis e fenômenos climáticos e catástrofes ambientais.

Mas Bolsonaro não esconde sua culpa no cartório, ao dizer na coletiva de imprensa que “infelizmente essas catástrofes acontecem”, relembrando também as tragédias recentes, e muito similares, da Bahia e do Rio de Janeiro. Para Bolsonaro não há nada a ser feito além de remediar com demagogia. Junto aos militares, ele tem cumprido à risca o papel que lhe foi imposto, privatizar, cortar investimentos públicos, arrancar direitos, vender e destruir o meio ambiente. Não à toa, nesta mesma entrevista, também fez questão de nos relembrar que é um genocida, que condenou 667 mil pessoas à morte durante a pandemia da covid19.

O PSB de Alckmin, vice de Lula, está nessa chapa para garantir, que assim como em Pernambuco, os negócios não parem, e o lucro dos empresários esteja assegurado, faça chuva ou faça sol. Bolsonaro chegou rápido em Pernambuco, pois está atrás na corrida eleitoral no estado e sabe que uma catástrofe deste tamanho no colo do PSB é uma oportunidade para fazer campanha eleitoral sem ter de disfarçar suas mãos também sujas de lama.




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