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CAIXA ECONÔMICA | 10 mil funcionários a menos, 30 milhões de saques do FGTS a mais

Na Caixa, a conta não fecha. Os funcionários do banco receberam nesta segunda, dia 06, a confirmação de abertura de Plano de Demissão Voluntária, que pretende desligar 10 mil funcionários até o dia 08/03. Significa cerca de 10% a menos de empregados para bancar a demagogia do governo golpista de Temer com o pagamento das contas inativas do FGTS, que vai levar cerca de 30 milhões de pessoas a buscar atendimento nas agências, caixas eletrônicos e lotéricas.

terça-feira 7 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

A direção do banco anunciou hoje as condições do PDV, que pretende desligar os funcionários que já estão aposentados, os que estão em vias de se aposentar e aqueles que possuem mais de 15 anos de banco. Essa medida visa enxugar a folha de pagamento, uma vez que o alvo são os funcionários com médias salariais mais altas.

Esta medida faz parte de intenções traçadas já desde os governos do PT, e aceleradas pelo governo golpista de Temer, que enxergam na Caixa uma fonte de recursos para fechar as contas da austeridade sobre os trabalhadores por um lado, e das benesses às grandes empresas por outro. As medidas de reestruturação, fechamento de postos de trabalho e mais terceirização por um lado e, por outro, o exemplo da incorporação sem hesitações dos calotes da Sete Brasil e da Oi nos balanços contábeis de Caixa e BB. E esse é só um breve resumo da história.

Mais metas para privatizar. Mais atendimentos pra terceirizar.

Nas agências, tem sido cada vez maiores as ofensivas para que os funcionários vendam os serviços da Caixa Seguros e cartões de crédito. Não à toa, são 2 dos 3 flancos que o governo pretende privatizar primeiro, junto com a loteria. No caso da Caixa Seguros, já se trata de uma empresa cuja maioria da composição acionária é privada (pouco mais de 50% das ações estão nas mãos da francesa CNP Assurance), e que utiliza toda a estrutura do banco público para alavancar seus lucros. O passo à privatização seria a abertura do capital da Caixa Seguros da parte que ainda está em mãos do banco público.

Ou seja: o banco quer ainda mais o suor e o sangue dos trabalhadores para que estes viabilizem a própria pilhagem. Um ciclo vicioso que só faz sentido às cúpulas do banco, do governo e credores da dívida pública.

Enquanto isso a Caixa, aumentou o limite de saque de FGTS nos caixas eletrônicos e lotéricas. Antes o trabalhador poderia sacar valores de FGTS de até R$ 1.500 com o cartão cidadão nesses canais e, para valores superiores a R$ 1.500 os trabalhadores precisariam comparecer à agência para a conferência dos documentos e saque dos valores liberados. Recentemente a Caixa autorizou o aumento do limite de saques nos caixas eletrônicos e lotéricas para R$ 3 mil reais.

Num primeiro momento, essa medida pode até parecer uma preocupação do banco em facilitar o atendimento à população. No entanto, fazer isso dessa forma tem um nome bem claro: terceirização.

No período dos governos do PT a Caixa chegou em todo o território nacional com cerca de 80 % de sua rede de atendimento terceirizado via lotéricas e correspondentes, e agora vai aumentar ainda a demanda dos atendimentos na rede terceirizada.

Quem vai pagar pela demagogia do governo em movimentar a economia com recursos dos próprios trabalhadores via FGTS, vão ser os funcionários que restarão no pós PDV, que poderão inclusive trabalhar aos finais de semana para dar conta da demanda, mas não só. Quem paga também são milhares de trabalhadores das lotéricas, cuja maioria são mulheres e ganham pouco mais de um salário mínimo para realizar o mesmo trabalho de um caixa.

Enquanto isso, as direções sindicais de CUT e CTB seguem bem quietinhas vendo a caravana passar. Os bancários não podem deixar passar.




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