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CONGRESSO PSOL MG | ​Bloco de Esquerda é maioria mas PSOL segue junto aos governistas

O Congresso do PSOL de Minas Gerais aconteceu no final de semana dos dias 18 e 19 de outubro e teve a maioria para os delegados do chamado Bloco de Esquerda. Essa conquista da maioria nas forças internas em Minas Gerais não significou, porém, um passo no combate às direções governistas como a CUT e CTB.

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

quarta-feira 21 de outubro de 2015 | 00:00

Hoje as direções dessa centrais sindicais retiram e flexibilizam direitos trabalhistas como a implementação do PPE, que significa a redução da jornada com redução do salário. Assim, são parte da implementação do ajuste petista, contendo a disposição de luta de sua base e servindo mais uma vez como um obstáculo para as lutas dos trabalhadores e da juventude.

Durante o Congresso do PSOL mineiro, o motor do Bloco de Esquerda foi a crítica à falta de democracia interna e à política da atual direção nacional, a Unidade Socialista, que defende como modelo do partido as alianças com setores carreiristas e alheios ao socialismo como o prefeito de Macapá Clécio e o senador Randolfe. Essa é a mesma política que levou à filiação de Jorge Periquito ao PSOL de Minas Gerais, ex integrante do PRTB que compunha um cargo de confiança no governo do tucano Antônio Anastasia. Como foi afirmado na defesa da tese da Unidade Socialista, “o PSOL precisa de dezenas de Randolfes, que saiu do PSOL devido a disputas fratricidas internas uma vez que foi o melhor senador que o PSOL já teve”.

Porém, o combate às pressões de tornar o quanto antes o PSOL um novo PT, não devido a sua inserção operária mas apenas à afluência de personalidades atreladas ao regime, dando passos decididos na integração do PSOL ao regime burguês, não é feito pelo chamado Bloco de Esquerda, hegemonizado pela corrente de Luciana Genro. E isso se mostrou na grande omissão no congresso mineiro do papel que cumpre as burocracias sindicais devido a unidade com estas na Frente Povo Sem Medo.

Diferente da postura de Luciana Genro no lançamento da Frente, em que não se ouviu falar de governo Dilma enquanto estava junto aos dirigentes da CUT e do MTST, nas esferas partidárias houve críticas aos ajustes de Dilma e à direita. Porém, nenhuma consideração sobre o papel que cumprem as direções governistas da CUT, CTB e UNE, com as quais o PSOL está se aliando numa aliança permanente. Isso num momento em que essas forças são agentes do ajuste petista. Tampouco houve críticas às recentes filiações de carreiristas como Glauber Braga, ex PSB, Brizola Neto entre outros.

A Frente foi reivindicada já na abertura do Congresso na saudação de Israel Dutra, dirigente da corrente de Luciana Genro. Este que na defesa da tese desta mesma corrente tentou justificar a aliança com setores governistas como via de construção de um terceiro campo político de oposição à direita e ao governo.

Conformar um bloco com as direções da CUT, CTB e da UNE hoje não significa somar forças no sentido de uma política de independência de classes dos trabalhadores. Pelo contrário, significa alimentar, junto ao MTST, um obstáculo à criação de um pólo classista e antigovernista que atue nas principais greves e mobilizações buscando construir a partir da luta de classes uma alternativa política e sindical capaz de se dirigir às bases dirigidas pelas centrais governistas.

Diferente de uma frente com governistas como integra o PSOL hoje, é preciso fortalecer as vias de construir uma alternativa classista e revolucionária, capaz de superar o petismo. Um exemplo está se alçando na Argentina com a FIT (Frente de Esquerda dos Trabalhadores), que tem como fundamento a independência política dos trabalhadores forjada pela atuação na luta de classes.

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A seguir, vídeo de Flavia Vale, dirigente do MRT em Minas Gerais, durante o Congresso estadual do PSOL, única defesa favorável à necessidade da ruptura do PSOL com a Frente Povo Sem Medo.


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PSOL    Política



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