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Trabalhadores da educação e da saúde protagonizam dia de paralisação geral do funcionalismo público

Ontem, dia 13/05, os trabalhadores da educação de Contagem/MG se unificaram com os trabalhadores da saúde e servidores da prefeitura, realizando um dia de paralisação geral do funcionalismo público contra o reajuste de 0% e por melhores condições de trabalho e atendimento à população.

Tassia Arcenio

Professora e assistente social

quinta-feira 14 de maio de 2015| Edição do dia

Ontem, dia 13/05, os trabalhadores da educação de Contagem/MG se unificaram com os trabalhadores da saúde e servidores da prefeitura, como assistente sociais, entre outros, realizando um dia de paralisação geral do funcionalismo público contra o reajuste de 0% imposto pela prefeitura de Carlin Moura (PC do B) e por melhores condições de trabalho e atendimento à população.

As trabalhadoras e os trabalhadores da educação vem fazendo reduções de horários, paralisações, panfletagens, reuniões com pais e comunidade, reuniões regionais entre escolas, ato unificado com os professores de Betim/MG já em greve, assembleias gerais, debatendo as melhores formas de garantir aos trabalhadores e à população o acesso aos seus direitos, no caso, à educação pública de qualidade e buscando também, a valorização do seu trabalho.

Na educação, a situação é bastante crítica. Desde o contrato dos professores e professoras, e dos funcionários do quadro administrativo e demais trabalhadores, avançando cada vez mais em trabalho temporário, precário e/ou terceirizado até a total falta de estrutura nas escolas, desde falta de ‘material humano’ à salas cheias e pequenas, falta de ventilação, quadras inseguras, falta de suporte para os serviços básicos, como ausência de papel e tinta para as secretarias.

Já as trabalhadoras e trabalhadores da saúde, que realizaram audiência pública e assembleias gerais, enfrentam uma situação caótica nas unidades básicas de saúde e nas unidades de pronto-atendimento, sendo obrigados a lidar com a falta de luvas, gazes, de leitos disponíveis, de autorização para cirurgias e internações, com a falta de remédios, de médicos e profissionais suficientes, ou seja, trabalhando com nenhuma estrutura que seja possível oferecer um atendimento de qualidade à população – que fica horas e horas para ser atendida e desiste pelo cansaço, que fica meses e meses aguardando um exame, uma cirurgia, e às vezes, isso lhe custa a saúde ou a vida.

Do outro lado, a prefeitura de Contagem que tem uma das principais arrecadações do Estado, já não cumpriu os acordos da greve do ano passado realizada pelos trabalhadores da educação. Desde o início do seu mandato, no ano de 2013, nomeou seus aliados políticos, dobrou o salário dos funcionários do alto escalão da Câmara dos Vereadores (de 9 mil para 18 mil) e presenteou empresários com áreas públicas, entre outras ações que desde o começo evidenciaram que não era um governo em prol dos trabalhadores.

Agora, num ato de completa intransigência, anuncia que não reajustará os salários dos trabalhadores municipais e que só voltará a negociar no terceiro quadrimestre do ano, alegando impactos da crise econômica nacional e internacional.

Não fomos nós, os trabalhadores, que criamos essa crise e não seremos nós, que pagaremos por ela. É preciso arrancar os nossos direitos que hoje são revertidos em privilégios para os políticos. O salário dos trabalhadores da educação e da saúde no país, não garantem o básico das necessidades materiais e culturais de uma pessoa. É mais do que urgente, que todo político ganhe o mesmo que um professor e é necessário que todos os trabalhadores ganhem o mínimo estabelecido pelo DIEESE (3.186,92) para ter uma alimentação, saúde, educação, cultura e lazer de qualidade.

O ato unificado de hoje foi uma amostra de como há disposição de luta nos trabalhadores e gana por uma resposta em conjunto, que supere a divisão em categorias, e que possa se somar a outros trabalhadores mobilizados em outros lugares, como professores do Estado do Paraná, São Paulo, Pará, Santa Catarina, do município de Betim, Macapá, entre outros, atuando com um norte comum, contra os ataques à educação e saúde pública que vem muito bem articulados das esferas municipais, estaduais e federal.

FOTO: SindUte Contagem




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