Juventude

REPRESSÃO EM SÃO PAULO

Haddad aciona MP para impedir suposta violência de manifestantes

Haddad, e em seguida Alckmin, acionaram o Ministério Público para intervir junto aos manifestantes para que manifestações ocorram sem violência. Reunião ocorre na manhã deste dia 14. Secretário de Segurança afirmou que PM utilizará a mesma estratégia do dia 12 nas próximas manifestações.

quinta-feira 14 de janeiro de 2016| Edição do dia

O segundo ato contra o aumento da passagem em São Paulo foi intensamente reprimido pela polícia militar, ao menos 28 manifestantes ficaram feridos e 13 foram detidos. As redes sociais foram tomadas por vídeos e imagens chocantes nesta terça e quarta-feira, bem como muitos dos noticiários nacionais e internacionais, que associaram essa ação policial ao dia 13 de junho de 2013, conhecido como “o dia da grande repressão”, que desencadeou massivas mobilizações naquele ano.

Diante da grande repercussão da truculência da polícia, Fernando Haddad (PT) soltou declarações em que se dizia preocupado e que recorria ao Ministério Público para negociar com manifestantes para que “este direito democrático [de manifestação] seja respeitado”, e “garantir que não haja violência nas manifestações”. Haddad disse que apelaria a Geraldo Alckmin (PSDB) para que também procurasse o MP, e o tucano declarou estar de acordo com a medida.

Felipe Guarnieri, metroviário ferido no olho por um estilhaço no dia 12, declarou "Oras, para garantir que o direito de manifestação seja respeitado Haddad e o MP teriam que intervir contra Alckmin, à PM, e ao Secretário de Segurança, que na noite da manifestação afirmou que a estratégia da PM se repetiria nos próximos atos - não aos manifestantes, como se os manifestantes fossem responsáveis pela violência". O Secretário Alexandre de Moraes afirmou também que manifestantes deveriam informar o trajeto com antecedência, mas que não adianta "comunicar planos de fechar as principais vias da cidade". Moraes justificou que a PM tenha lançado uma bomba a cada 7 segundos (a conta é do jornal Estadão) e usado balas de borracha dizendo que "abusiva" foi, não a ação policial, mas a decisão dos manifestante de fazer o trajeto escolhido por eles, e não pela polícia.

Esse jogo de cena que faz o prefeito, tentando se relocalizar frente à repercussão da brutalidade das imagens da repressão e dos feridos, só ilustra a unidade entre ele e o governador para reforçar o ataque contra as manifestações. Com um discurso ambíguo, Haddad atribui a causa da violência aos manifestantes.

Não poderia ser diferente, já que o petista e o tucano estão juntos no fundamental, que é impor o aumento das tarifas, a festa da máfia dos empresários dos transportes - que esses governantes são financiados para favores -, e o sofrimento da população em um transporte precário e cada vez mais caro. O Esquerda Diário chama todos a fortalecer essa luta contra o aumento e a repressão.




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