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CONTRA A PEC 241
Entrevista com Bruna Vidal, estudante da ocupação do IFRJ Realengo
Redação Rio de Janeiro
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Foto: Bárbara Dias / Democratize
Entrevistamos Bruna Vidal, aluna do curso de farmácia e membro da Comissão de Comunicação da Ocupação do IFRJ Campus Realengo.

Esquerda Diário: São mais de 250 escolas ocupadas no Paraná contra os ataques do Governo Temer, e agora esta luta chegou ao Rio com a ocupação do IFRJ, Campus Realengo. Qual é o olhar dos estudantes sobre ataques como a PEC 241 e a reforma curricular de Temer?

Bruna Vidal: Tanto a PEC 241 quanto a reforma curricular são medidas arbitrárias, que promovem o retrocesso. Os gastos públicos devem andar paralelamente e devem ser suficientes para cobrir todos os avanços na educação, saúde, assistência social e segurança. A reforma curricular em si é uma estratégia de manobra do governo com o intuito de formar jovens sem pensamento crítico, pois para eles seria mais fácil de se manipular!

ED: O Governo Temer decidiu cortar nos gastos com Saúde e Educação Pública. Quais seriam os efeitos disto na IFRJ? Aonde você acha que deveria cortar?

Bruna: Seriam os efeitos mais negativos possíveis, pois nós somos um campus de graduação inteiramente voltado para o ensino da saúde pública. Aqui são ofertados os cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Farmácia e prestamos atendimento gratuito para a comunidade de Realengo e adjacências na nossa Clínica Escola, onde são feitos os estágios. Nós iríamos sofrer duplamente com todos esses cortes, na educação por sermos estudantes de uma instituição pública e na saúde por sermos futuros profissionais da área da saúde.

“O corte poderia ser feito, por exemplo, nos salários dos parlamentares e demais políticos.”

ED: O estado do Rio tem vários institutos de ensino superior e técnico que também serão afetados. Como você acha que os estudantes das IFs e outras instituições deveriam agir?

Bruna: Do jeito que todas as instituições que são contrárias estão agindo, devem se mobilizar, ocupar, paralisar e principalmente, discutir e estudar sobre os impactos que as medidas do novo governo podem causar na educação.

ED: No Paraná, os professores aderiram à greve da educação após as ocupações de mais de 250 escolas. Você acha que a luta contra a PEC 241 e a reforma curricular de Temer pode se nacionalizar? De que Forma?

Bruna: Pode, deve e já está se nacionalizando! Temos exemplos de vários institutos federais que já estão ocupados, como alguns IFs de Minas Gerais, Alagoas, Rio Grande do Norte e aqui no Rio de Janeiro, o nosso (Realengo), Duque Caxias. O movimento estudantil está unindo-se cada vez mais para ganhar força, visibilidade e lutar por respostas e medidas justas do governo federal.

ED: Temer disse que não irá admitir movimentos contrários à PEC 241. Qual sua opinião sobre isso?

Bruna: É uma censura. A cada posicionamento desse tipo que ouvimos dos nossos governantes sentimos que estamos entrando em uma ditadura, assim como foi a de 1964. Podemos, temos direito e iremos protestar.

ED: O que estudantes de outras escolas e universidades podem fazer para apoiar o Ocupa IFRJ Realengo?

Bruna: Primeiramente, queremos que os estudantes unam-se à causa e mobilizem-se em suas instituições. Queremos também agradecer e muito a todos que estão nos apoiando, através das várias mensagens de motivação, as visitas ao nosso campus (de professores, alunos de outras instituições, servidores) e das doações de alimentos, colchonetes e produtos de higiene pessoal e limpeza. Ainda precisamos de doações, pois pretendemos ficar mais tempo aqui ocupando, a princípio até que a PEC 241 seja revogada.

Obs: As respostas foram respondidas e acordadas por todos os membros da comissão de comunicação.

 
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