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S.O.S SAÚDE PÚBLICA
Verba da Saúde do Maranhão pagou vinho e restaurante de luxo, diz PF
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo
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A Polícia Federal descobriu que o dinheiro público que deveria ir para o Sistema de Saúde do Maranhão foi usado num restaurante de luxo, especializado em vendas de vinho, em São Luis. De acordo com o relatório da Operação Sermão dos Peixes, existe um cheque no valor de R$15.482.55 com a assinatura de Benedito Silva Carvalho, um dos gestores da organização social Instituto Cidadania e Natureza, cheque este sacado da conta bancária da OSS (Organizações Sociais de Saúde) para pagar casa de vinho OAK by Expand.

A ICN e a organização de sociedade civil Bem Viver - Associação Tocantina para o Desenvolvimento da Saúde - eram responsáveis pela administração das unidades hospitalares do Maranhão. Duas fases da Sermão dos Peixes, as operações Voadores e Abscôndito, foram deflagradas na quinta feira.

A Policia investiga o desvio de recursos público federais do Fundo Nacional de Saúde, destinados ao SUS do Maranhão. A operação Sermão dos Peixes apura desvios durante a administração de Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), na Secretaria Estadual de Saúde.

O pagamento da adega de alto padrão foi identificado na análise da microfilmagem do cheque 850375, descontado da conta ICN. Os investigadores descobriram a compra junto á empresa Expand Store, no valor de R$ 15.482,55. De acordo com o delegado Wedson Cajé Lopes. "Trata-se de um conhecido restaurante de luxo desta cidade, OAK by EXPAND e adega, localizado na Avenida dos Holandeses, n 2, quadra 10 - Calhau - São Luís-MA, especializado na venda de vinhos" A investigação da PF mostra que o desvio de verbas dos hospitais era realizado por meio do desconto de cheques de contas bancárias das unidades hospitalares e depois no depósito nas contas de pessoas físicas e jurídicas.

De acordo com o documento "Apesar de curiosa, a leitura do cheque demonstra que enquanto a população sofria com um sistema de saúde precário, os investigados se davam ao luxo de utilizarem dos recursos públicos repassados ao ICN para o custeio de despesas numa adega de vinho, o que robustece ainda mais os indícios de que os gestores do ICN tratavam as verbas públicas como se deles fosse"

De acordo com Péricles Silva Filho e Benedito Silva Carvalho, gestores da ICN, desviaram recursos públicos em benéficio próprio. De acordo com a investigação, Benedito Silva Carvalho sacou R$ 60,5 mil das contas de quatro hospitais: Centro de Saúde Genésio Rêgo (no valor de 14,3 mil), Hospital Regional Adelia Matos Fonesca (23 mil), Hospital Presidente Getúlio Vargas (15 mil) e Hospital Gerão do Maranhão (8,2 mil).

A Péricles Silva Carvalho foram atribuídos saques que totalizaram R$ 584 mil de 13 hospitais. De acordo com o relatório da Policia Federal: "Os investigados Péricles Silva Filho e Benedito Silva Carvalho, ambos gestores da organização social ICN, que firmou contrato de gestão com o governo do Estado do Maranhão, pelo qual recebiam recursos públicos federais para a administração das unidades hospitalares maranhenses, se utilizaram dessa condição para desviar recursos públicos dos quais tinham a posse em proveito próprio e de terceiros, notadamente pessoas de seus relacionamento familiar".

A Sermão dos Peixes aponta que o ICN, entre janeiro de 2010 e dezembro de 2013, emitiu ao menos 4.177 cheques que totalizaram R$ 32 milhões. De acordo com a PF, parte dos cheques tinham valores até 10 mil - limite do qual não se exige a identificação do sacador.

A política dos governos em implementar OAS para gerir o setor público tem como objetivo diminuir a verba para esta área, jogando a administração para a responsabilidade de terceiros. Em outras palavras, é uma maneira que o Estado encontra de privatizar o setor público e assim aumentar a taxa de lucro dos donos que estão por trás destas organizações ditas ’’sociais’’.

Sabemos que por trás dos acordos espúrios que os governos fazem com as OAS, existe muito dinheiro envolvido. O caso dos hospitais do Maranhão apenas demonstra que o governo e estas organizações não possuem nenhum compromisso com a saúde da classe trabalhadora e os demais setores populares da sociedade. Este é mais um caso de corrupção, dentre dos milhares que as OAS estão envolvidas.

Enquanto estas organizações faz da saúde pública um negocio lucrativo e precariza o sistema de saúde no país, o governo golpista faz com que os trabalhadores e setores populares da sociedade paguem pela crise econômica estabelecendo um teto para investir na saúde. Os parlamentares corruptos comemoram esta medida, porque nunca precisaram usar um hospital público para serem atendidos. Enquanto isso, sob a bença dos mesmos que congelaram os recursos para saúde pública, os donos destas organizações sociais seguem tomando o seu vinho.

Com informações do Agência Estado

 
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