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ELEIÇÕES SANTO ANDRÉ
Para seguir a batalha por uma política independente, voto nulo contra Paulo Serra e Carlos Grana
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT
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O primeiro turno das eleições municipais em todo o país demonstrou o fortalecimento da direita golpista e também um profundo desgaste do PT, no ABC berço do petismo, também se expressou este cenário com o PSDB vencendo em São Caetano no primeiro turno e bastante à frente na disputa em Santo André e São Bernardo para o segundo turno.

O desgaste do PT é claro por ter perdido em São Bernardo, Diadema, São Caetano, Ribeirão Pires, e seguir bem atrás na disputa em Santo André e também em Mauá.

Apesar de uma clara derrota de conjunto, há que se olhar uma certa reserva petista que se expressou na eleição de vereadores, apesar de também ter retrocedido nesse âmbito legislativo. Em São Bernardo dos 7 vereadores eleitos em 2014, elegeram agora apenas 5, entre eles, Ana Nice com 4.090 votos, uma figura mulher pela via da CUT. Em 2014, Tião Mateus do PT tinha conquistado 6.844 ficando em primeiro lugar, agora amargou o 9º lugar com 4.119, ficando atrás inclusive do seus companheiros doPCdoB que apoiam agora o PSDB para o segundo turno.Já em Santo André de 6 caíram para 5 vereadores.

Outro elemento importante foi o altíssimo número de abstenções, votos nulos e brancos, como parte do fenômeno nacional de descontentamento com o regime e suas instituições, que temos chamado de "crise orgânica".

Santo André teve o nível mais alto de todo ABC com mais de 22% de abstenções mais quase 25% entre brancos e nulos, chegando a quase metade dos eleitores rejeitando os candidatos. E foi neste cenário, com uma imensa censura e leis reacionárias contra a esquerda independente do PT que, em uma outra escala, houve um crescimento no entanto importante. Minha candidatura de combate e anticapitalista recebeu 1.496 votos, sendo a candidatura à vereadora da esquerda mais votada de todo o ABCDMR, seguida da Profa. Cristiane Galdofi com 1.400 votos pelo PSOL em São Bernardo. Queremos com este resultado, com todos os limites que estes números têm, apontar para enfrentar a direita golpista e também a "reserva" petista sustentada pelas centrais sindicais como a CUT e CTB, e construir uma alternativa independente dos trabalhadores para lutar por uma nova sociedade em ruptura com o capitalismo.

No segundo turno: Voto Nulo contra os que nos atacarão

Todos que acompanharam minha campanha pelo Facebook e que ajudaram a construir uma campanha militante de milhares de vozes anticapitalistas, sem financiamento de empresários ou apoio aos partidos da ordem, hoje são parte decisiva da força social que pode se tornar um fator concreto para enfrentar nossos inimigos de classe. Como escrevi ao Esquerda Diário, expliquei vários motivos de por que não votar no primeiro turno em Aidan Ravin do PSB ou no Paulo Serra do PSDB ou no Carlos Grana do PT como parte do combate pela independência política dos trabalhadores.

Em Santo André, Paulo Serra do PSDB, com seus pouco mais de 35% dos votos, e Carlos Grana do PT que mal passou dos 20%, vão agora ao segundo turno e sabemos que não são uma alternativa para os trabalhadores. Votar no PSDB é ajudar a direita golpista a aprofundar uma batalha por uma nova hegemonia tucana/Alckmin para 2018, que tem grandes pontos de apoio como a vitória de João Dória em São Paulo. Porém decidir pelo "mal menor" petista não significaria nenhuma mudança a favor do povo trabalhador, e seria apenas alimentar uma reserva de conciliação de classe que impede o surgimento de uma esquerda verdadeiramente independente e capaz de questionar o regime político reacionário, os patrões e o capitalismo. Por isso que, como continuidade da batalha que travamos no primeiro turno com minha candidatura para dar voz a uma alternativa de esquerda ao PT, chamamos o voto nulo para não legitimar nenhum destes dois projetos.

Nós que, sem esconder ou diminuir nossas diferenças de programa e de perspectiva, chamamos a votar no Ricardo Alvarez (PSOL) para o primeiro turno, acreditamos que o PSOL assim como os demais grupos de esquerda da região devem se unificar por esta bandeira, de rejeitar todos os candidatos dos partidos da ordem, para fortalecer nossas lutas e mobilizações. Somente a independência política dos trabalhadores poderá abrir espaço para que a crise do PT não seja capitalizada apenas pela direita golpista, mas também que se fortaleça uma esquerda consequente que dá passos importantes na disputa da consciência dos trabalhadores e da juventude.

Para nós do Movimento Revolucionário de Trabalhadores esta batalha não se finda nas eleições, pelo contrário, as eleições são uma parte importante desta disputa mas queremos conquistar cada coração e mente que nos apoiou e lutou conosco contra o privilégios dos políticos, para que todos os políticos ganhassem como uma professora, contra as demissões, para que a crise econômica não fosse descarregada em nossas costas, e contra os ataques à Educação e a retirada de direitos LGBT, das mulheres e do povo negro, para ser parte conosco de construir uma grande organização revolucionária para colocar abaixo o capitalismo e conquistar um verdadeiro governo dos trabalhadores em ruptura com esse sistema de exploração e opressão.

 
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