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ELEIÇÕES 2016 MG
O que mostra o resultado eleitoral na região metropolitana de Belo Horizonte?
Iaci Maria

As eleições municipais nas cidades mineiras também seguiram a regra geral do país e o grande derrotado nas urnas foi o PT, que passou de 114 prefeitos eleitos em 2012 para 37 em 2016, por enquanto - seguem alguns em disputa no segunda turno. O partido que saiu vitorioso foi o golpista PMDB, que elegeu 154 prefeitos esse ano, 36 a mais do que em 2012.

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Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) o resultado não foi muito diferente. Na capital mineira, a disputa pela prefeitura foi para segundo turno e no fim de outubro a população deverá decidir entre um golpista e outro, sendo que em primeiro lugar ficou João Leite, do PSDB e em segundo Alexandre Kalil, do PHS. Em 2012 não houve segundo turno e Marcio Lacerda do PSB foi reeleito em primeiro turno, porém o PT não ficou muito atrás no segundo lugar. Se em 2012 o PT ficou com cerca de 40% dos votos, esse ano levou pouco mais de 7%.

Em Contagem, uma das principais cidades do estado, a disputa do segundo turno fica entre Carlim Moura do PCdoB, atual prefeito e candidato a reeleição, que já possui um histórico de ataques aos servidores municipais da saúde e educação, e Alex de Freitas, do PSDB. Se em 2012 o PT foi para o segundo turno contra Carlim, esse ano o partido nem mesmo lançou candidatura própria na cidade, saindo na coligação junto com o PCdoB de Carlim.

Não podemos também ignorar que entre todos os prefeitos milionários eleitos em primeiro turno, o empresário mais rico de todos é o magnata Vittorio Medioli do PHS, recém eleito prefeito de Betim, importante cidade também da RMBH.

Com relação às candidaturas para o legislativo, a derrota do PT também ficou nítida: o Partido dos Trabalhadores elegeu apenas 2 vereadores em Belo Horizonte e um em Contagem, bem menos do que quatro anos atrás, em que se elegeram 6 na capital e 4 na cidade vizinha.

Crise de representatividade: a maior parte da população optou por nenhum candidato

Em Belo Horizonte a crise de representatividade foi um verdadeiro escândalo: a soma de votos brancos, nulos e abstenções supera a soma de votos recebidos pelos dois primeiros lugares. Ou seja, em BH o "nenhum candidato" venceria o pleito em primeiro turno!

Já na vizinha Contagem, a soma de brancos, nulos e abstenções foi maior do que os votos recebidos por Carlim Moura, que ficou em primeiro lugar.

A direita avança, mas a esquerda também se fortalece

Mas se cresce as forças anti-PT pela direita, pela esquerda o espaço que se abre é também expressivo. Apesar das restrições impostas pela reforma eleitoral de Cunha, Belo Horizonte protagonizou um fenômeno da esquerda: pela primeira vez, o PSOL elegeu não apenas uma, mas duas parlamentares. Mas o fenômeno não é eleger, mas o fato de que a vereadora eleita que obteve maior número de votos na cidade foi a candidata do PSOL Áurea Carolina, mulher negra e feminista, que bateu recorde histórico de votação na cidade, levando mais de 17 mil votos, mesmo sem possuir tempo de propaganda na televisão e rádio e fazendo uma campanha com baixo recurso financeiro.

Já em Contagem, algumas candidaturas de esquerda para o legislativo também tiveram expressiva votação, apesar de não eleger nenhum parlamentar. A candidata Flavia Valle, colunista desse diário e dirigente do MRT, que saiu pela legenda do PSOL, foi a candidata de esquerda mais bem votada da cidade, com expressivos 639 votos.

O resultado eleitoral na RMBH mostrou que a derrota do PT pode sim significar um fortalecimento da direita, mas significa também que há um setor crescente na região que está insatisfeito com o atual cenário político nacional e vem buscando uma alternativa política à esquerda do PT.

 
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