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Serena Williams publica uma carta contra a violência racial nos Estados Unidos
Redação Esquerda Diário Argentina

A tenista norte-americana escreveu uma carta na qual se pronuncia contra o racismo e o assassinato de afroamericanos pela polícia.

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A tenista norte-americana, reconhecida mundialmente, Serena Williams criticou os recentes assassinatos racistas contra afroamericanos pela polícia, ocorridos em seu país, em uma carta publicada em seu Facebook.

Na carta, a tenista conta que enquanto viajava com seu sobrinho no carro viu um policial e imediatamente lhe veio à mente "esse horrível vídeo", onde a mulher que acompanhava em seu carro Philando Castile transmitiu como a polícia disparou nele.

Na carta, Williams expressa o que milhões de afroamericanos devem sentir nos EUA ao encontrarem a polícia, e declarou que não vai "ficar calada", após citar a frase do lutador pelos direitos civis Martin Luther King: "Chega um momento em que o silêncio é traição".

A carta publicada por Serena Williams é mais uma expressão de como os assassinatos de jovens negros pela polícia e as mobilizações pedindo justiça têm impactado artistas e esportistas reconhecidos. Um dos gestos que mais gerou controvérsia foi o do jogador de futebol americano Colin Kaepernick, que se negou a ficar de pé quando foi entoado o hino nacional dos Estados Unidos antes da partida da sua equipe, os "49ers" de São Francisco, como forma de protesto contra o racismo.

Enquanto a elite política e as classes dominantes voltam a exigir calma e paciência à comunidade afroamericana, os assassinatos se acumulam. Mas a impunidade policial e o racismo tornam cada vez mais difícil ocultar a impotência e a legítima indignação da juventude que diante de cada morte sai às ruas clamando por justiça.

A carta completa

Hoje pedi pro meu sobrinho de 18 anos (pra que fique claro, ele é negro) que me levasse a minhas reuniões para poder ir trabalhando pelo meu telefone #safteyfirst (segurança primeiro). Vi à distância um policial ao lado da estrada. Rapidamente chequei para ver se ele estava respeitando o limite de velocidade. Então eu me lembrei daquele horrível vídeo da mulher no carro enquanto um policial atira em seu namorado. Tudo isso passou pela minha mente em questão de segundos. Até me arrependi de não dirigir eu mesma. Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com meu sobrinho. Ele é tão inocente. Assim eram todos "os outros".

Estou totalmente convencida de que nem "todos" são maus, só os que são ignorantes, têm medo, não têm educação ou são insensíveis estão afetando milhões e milhões de vidas.

Por que tenho que pensar sobre isso em 2016? Não sofremos o suficiente, abrimos tantas portas, impactamos bilhões de vidas? Mas me dei conta de que devemos nos esforçar porque não se trata de quão longe chegamos, senão quanto mais longe ainda temos que ir.

Me perguntava sobre o que falei. Eu tive que olhar pra mim mesma. O que acontece com os meus sobrinhos? O que acontece se tenho um filho e o que acontece com minhas filhas?

Como disse o Dr. Martin Luther King: "Chega um momento em que o silêncio é traição".

Não ficarei calada.
Serena

 
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