O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira, 3, em Buenos Aires, que a abstenção na eleição municipal foi um recado para a classe política em geral, não para uma legenda em particular. "Não se pode particularizar no partido A ou B. A abstenção foi muito significativa. Portanto, é um recado que se dá à classe política brasileira para que reformule eventuais costumes inadequados."
Segundo o TSE, a abstenção nas votações desse domingo, 2, foi de 17,6%, ligeiramente acima dos 16,4% registrados em 2012. A maior taxa de não-comparecimento às urnas em relação ao tamanho do eleitorado nos últimos 20 anos foi registrada em 1996: 18,3%. Os índices de abstenção foram muito maiores nas capitais como mostramos aqui, sobretudo em cidades que tiveram importantes movimentos em junho de 2013.
Analisando como o tucanato conseguiu explorar o sentimento anti-político o presidente golpista comentou sobre Doria. "O candidato lá de São Paulo foi eleito com uma expressiva margem de votos no primeiro turno, ele dizia a todo momento, com todo o respeito, ’eu não sou político, sou um empresário, um administrador’. Isso deve ter auxiliado nos votos que obteve."
A preocupação de Temer com a abstenção e constatação de qual foi o discurso de Doria, mas também de outros tucanos como Marchezan Jr em Porto Alegre, é possível ver que Temer não está somente analisando os resultados mas também formulando sua apreensão de como as vitórias de ontem, com o crescimento de votos nulos e abstenções não se configuram como iniciativa suficiente para um “mandato pelos ajustes” como quer a mídia em seus editoriais de hoje. Da vitória à hegemonia podem haver percalços.
Com informações da Agência Estado
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