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MORTES NO TRABALHO
ESPANHA: a precariedade do trabalho pode lhe custar a vida
Carlos Muro

Como efeito direto do aumento da precariedade nas condições de trabalho, o número de mortes de trabalhadores no exercício de suas funções laborais tem experimentado um grande aumento. As vítimas de acidentes fatais cresceram 36% na Espanha.

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Negligência com as medidas de segurança, exigência de um ritmo de trabalho maior, longas e esgotantes jornadas, etc. Estes são alguns fatores que vem aumentando exponencialmente as mortes por acidente de trabalho.

Em todo estado espanhol, a morte por acidentes de trabalho alcança atualmente cifras alarmantes. Se levarmos em conta apenas os acidentes produzido no mesmo centro de trabalho, as cifras aumentam escandalosamente de 2015 a 2016 em 17,6%. Algo que vem a traduzir-se em 1,7 mortes por dia durante a jornada de trabalho.

Sem embargo, uma melhor forma de medir os acidentes fatais, se obtém tendo em conta os deslocamentos até ou desde a empresa. Este valor tem aumentado em 36% com relação ao ano anterior e cabe destacar os infartos e os derrames cerebrais como principais causas. Sem ir mais longe, nos sete primeiros meses este ano, estas foram as causas de 136 falecimentos durante a jornada de trabalho e de 7 acidentes no deslocamento pro trabalho.

Os acidentes de trânsito também subiram em 30% como causa da morte de trabalhadores que se deslocam durante sua jornada de trabalho, como os motoristas ou entregadores. Em troca, as causas clássicas de acidentes de trabalho como aprisionamento de membros, mutilações e quedas, vem diminuindo paulatinamente. Outro sintoma das mudanças que estão sendo produzidas no campo dos acidentes do trabalho está explícito na lista de setores onde mais crescem os acidentes. A classificação é liderada pela hotelaria, com um aumento de 14%, seguido de atividades administrativas e serviços auxiliares, a indústria manufatureira e a construção civil.

Não obstante, o mais alarmante nestes dados é que fica claro que o risco de sofrer um acidente de trabalho é diretamente proporcional ao nível de precariedade sofrido pelo trabalhador.

Os trabalhadores precários, que sem dúvida são uma grande porcentagem da classe trabalhadora na atualidade, não tem uma lei que disponha sobre cursos sobre os riscos do trabalho, nem recebem instruções sobre qual tipo de risco corre pela atividade que exerce. Um dado ainda muito importante a se ter em conta é que nos trabalhos mais precários há a ausência de sindicatos. Isso, é claro, contribui ainda mais para que o empresário possa burlar as leis trabalhistas que estabelecem medidas de segurança. Uma realidade social que, sem dúvida, as burocracias sindicais na Espanha e em todo o mundo vem permitindo quando não se opõe à patronal.

Por todos os trabalhadores , e principalmente desde os sindicatos, é necessário lutar contra os acidentes e pela prevenção das doenças de causa trabalhista, exigindo das empresas o cumprimento de todas as normas de segurança do trabalho e prevenção.

Devemos deixar claro para a patronal e as administrações que a vida e a saúde das pessoas está muito acima da produção e seus benefícios. Não podemos seguir deixando que a crise e a voracidade sem escrúpulos dos empresários nos custe diariamente nossa saúde e inclusive nossa vida. Devemos lutar diariamente por condições de trabalho dignas.

Tradução: Zuca Falcão
Foto: EFE

 
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