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28 DE SETEMBRO
"É pela vida das mulheres”: entrevista com os candidatos do MRT sobre o direito ao aborto
Redação

Entrevistamos os candidatos a vereadores do MRT pelo PSOL, para saber um pouco mais sobre o programa que defendem pelo direito ao aborto.

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Nesse dia 28 de setembro, dia latino americano e caribenho pela legalização do aborto entrevistamos os candidatos a vereadores do MRT pelo PSOL para saber um pouco mais sobre a importância de se defender esse direito elementar para a vida das mulheres e sobre como a luta por esse direito é parte do programa das suas candidaturas anticapitalistas.

Para começar a candidata a vereadora em Contagem, Flávia Valle, comentou como é inaceitável o número de mulheres mortas em decorrência de complicações por procedimentos inseguros “As estatísticas apontam que a cada dois dias uma mulher morre em decorrência de complicações por aborto clandestino no Brasil. Sendo em sua maioria mulheres pobres, trabalhadoras e negras que não possuem condições de pagar valores altíssimos para realizar o procedimento de forma segura em clínicas clandestinas. Nossa luta pela legalização do direito ao aborto é para evitar que todos os anos milhares de mulheres continuem morrendo em decorrência da realização de procedimentos inseguros. Exigimos o direito ao aborto legal, seguro e gratuito, garantido pelo SUS”.

Outro elemento importante quando se discute o direito ao aborto é sobre como a dupla ou até tripla jornada afeta as mulheres, impedindo concretamente que muitas tenham condições de ser mães, levando-as a optarem pela realização de abortos, conforme coloca a professora Maíra Machado, candidata a vereadora em Santo André, “O Estado nega as mulheres condições básicas para terem o direito a maternidade, como creches, escolas, lavanderias e restaurantes públicos. Os diversos ataques que os governos já vêm implementando, mas que pretendem aumentar ainda mais devido à crise capitalista que assola o país, atingem sobretudo nós mulheres. Como cuidar dos filhos trabalhando 12 horas por dia e sem garantias mínimas dos direitos trabalhistas? Às vezes a única opção que sobra para muitas mulheres que tem seu direito a maternidade negado, pela sede de lucros dos patrões e da exploração capitalista, é recorrer ao aborto clandestino, mesmo que isso signifique colocar sua vida em risco. Por isso nossa luta pelo direito ao aborto, também é uma luta pelo direito a maternidade, para que todas as mulheres que queriam ser mães possam exercer esse direito plenamente”.

É nesse ponto que entra outro elemento muito importante, a educação sexual, como coloca o professor da rede pública e candidato a vereador em Campinas, Danilo Magrão, “Enquanto professor eu consigo ver a importância da educação sexual nas escolas, para que os alunos possam efetivamente decidir se querem ou não ter filhos. Enquanto os golpistas e a direita reacionária e conservadora querem implementar projetos como o Escola sem Partido, retirar o debate de gênero e sexualidade das escolas, e reformar todo ensino médio. Eu e minhas camaradas do MRT defendemos o direito a educação sexual em todas as escolas, juntamente com a distribuições de preservativos e anticoncepcionais gratuitos para que os jovens possam ter plena liberdade de decidir e evitar uma gravidez indesejada, tenho certeza que assim poderemos dimunuir muito os altíssimos índices de mortes devido a procedimentos de abortos inseguros”.

O aborto ainda hoje se mantém ilegal, mesmo com tantas mulheres mortas, uma prova de como o sistema capitalista se apropria do machismo para explorar, mas também para controlar os corpos das mulheres, conforme coloca Carolina Cacau, candidata a vereadora no Rio de Janeiro, “Nós mulheres negras somos as que mais morrem em decorrência de abortos clandestinos. Não aceitaremos mais Jandiras ou Carolines. O estado capitalista nos nega o direito ao aborto por que quer controlar nossos corpos e nossa sexualidade, enquanto isso milhares de nós continuam morrendo. Nossa luta pelo direito ao aborto também é parte da luta pelo direito das mulheres de decidir e ter autonomia em relação a seus corpos e sexualidade”.

Para finalizar Diana Assunção candidata a vereadora em São Paulo e uma das fundadoras do Grupo de Mulheres Pão e Rosas declara que, “Em todas as nossas candidaturas buscamos levantar fortemente a denúncia desse sistema capitalista. Sabemos como que a combinação entre a exploração e a opressão as mulheres é parte fundamental para a manutenção desse sistema. Sabemos como o golpe institucional buscou fortalecer a direita conservadora e reacionária que quer avançar ainda mais sobre nossos direitos e como o PT durante todos os seus anos de governo, em nome de acordos com as bancadas religiosas e conservadoras, rifou nosso direito ao aborto. Nossas candidaturas é parte de expressar a luta e a força das mulheres que saíram as ruas na primavera feminista, das mulheres trabalhadoras e do conjunto da nossa classe. E é com essa força que juntamente com as companheiras do grupo de mulheres Pão e Rosas, queremos construir uma voz anticapitalista que arranque o direito ao aborto legal, seguro e gratuito para todas as mulheres.”

 
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