Bolsonaro, que é advogado e um bom exemplo de político privilegiado com seus altos salários, parece se achar também pedagogo. O reacionário disse que “Um dos maiores problemas da educação é a indisciplina, então eu vou buscar o governo do estado para ver onde é possível fazer parcerias para militarizar algumas escolas”.
Na entrevista Bolsonaro também falou sobre o projeto “Escola Sem Partido” e repetiu o discurso conservador de sempre. Disse querer “defender principalmente a liberdade do aluno”, que estaria sendo “doutrinado” pelos professores que abordam conteúdos de maneira crítica na escola, para isso a proposta dele é militarizar a a instituição de ensino, claro, colocar policiais para gerir, dar aulas, fazer adolescentes marcharem e baterem continência parece proporcionar uma grande experiência liberdade.
Para homens como ele, a juventude deve ser tratada como caso de polícia, são os mesmos que acham que é preciso reduzir a maioridade penal porque os jovens, especialmente os negros da periferia são sempre suspeitos em potencial.
Flávio Bolsonaro, filho orgulhoso do homem que teve coragem de homenagear um torturador no plenário da Câmara dos Deputados quer que a mesma polícia que leva a violência para o cotidiano dos jovens e que acaba refletindo também na vida escolar, agora seja colocada pelo Estado para, ironicamente, responder o problema da violência nas escolas. A mesma mão que mata jovens negros na periferia e muitas vezes nas portas de suas escolas, agora deverá servir como "educadora" dentro das instituições de ensino, uma tragédia.
Em 2014 foram cerca de 15 escolas militarizadas só no estado de Goiás, governado por Marconi Perillo do PSDB. Nestas escolas cabe aos policiais lecionar "etiqueta", constituição, noção de cidadania e ensino religioso. Para um leitor menos atento pode parecer que estamos descrevendo a grade curricular da época da ditadura militar. São escolas como estas que defende Bolsonaro no Rio de Janeiro.
O governo golpista e aliados de peso como a família Bolsonaro não se importam com a escola publica, por isso cortam verbas, humilham os professores, querem nos impor uma reforma que retira disciplinas como artes, educação física, história, química para tornar a escola que já hoje parece muitas vezes uma prisão, em verdadeiros campos de formação precários para exploração dos capitalistas. A precarização é sempre desculpa para privatizar ou, como é a brilhante ideia de Bolsonaro, erguer seus pilares autoritários.
Esse não pode ser o futuro da juventude. Para defender a educação pública é preciso lutar para barrar os ataques, defender a valorização do professor e a liberdade de ensino. Escola publica, laica e livre das garras da polícia assassina!
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