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CORRUPÇÃO
Lava Jato não aceita denúncia de Eike Batista contra o PSDB
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

O grande empresário Eike Batista procurou, espontaneamente, a força tarefa da Lava Jato para explicar por que fez um repasse a dupla de marqueteiros. Na delação afirmou: "se teve repasse de 1 milhão de reais ao PT, teve também ao PSDB".

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Foto: AE

O grande empresário Eike Batista procurou, espontaneamente, a força tarefa da Lava Jato para explicar por que fez um repasse a dupla de marqueteiros, em conta do exterior, no valor de R$5 milhões de reais. Esta ação ocorreu depois da grande mídia ter anunciado que à Lava Jato chegou ao casal de marqueteiros que fez as campanhas da Dilma Rousseff em 2010 e 2014. O magnata aproveitou a oportunidade para entregar a Lava Jato uma lista de doação que fez de maneira "oficial" ou "privada", sugerindo uso de caixa dois com direito a formulação de contratos de prestação de serviço.

As doações, segundo Eike Batista, foram feitas "de maneira republicana", com valores iguais a vários partidos e candidatos que o empresário não chegou a conhecer, como é o caso do senador Cristovam Buarque do PPS. E afirma: "se teve repasse de 1 milhão de reais ao PT, teve também ao PSDB". Ao afirmar isso, os procuradores descartaram a informação porque extrapola o campo de combate as gestões petistas. No final devolveram a lista entregue por Eike Batista e Guido Mantega

Na sua última operação, a Lava Jato prendeu e soltou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega nesta quinta, enquanto o Estadão, simultaneamente, publicou os vídeos da delação de Eike gravados pela própria força tarefa. Em sua delação premiada, Eike Batista afirma ao advogado: "Talvez seja importante relatar aqui… Nós temos a lista de contribuições de campanha?" e depois explica "Como eu fazia? Eu fazia, muito no espírito democrático - como meus projetos eram grandes, eu estava em todos os estados - (...) eu participei praticamente desde 2006 com o mesmo volume de recursos - um milhão de reais - para PT, PSDB… Isso daqui a gente deixa aqui".

O procurador responde ao empresário: "Perfeito, se o senhor quiser a gente pode anexar no seu termo [de delação] depois…", segurando o documento por alguns minutos, enquanto faz a conversa voltar ao dia em que Eike conversou com Mantega no gabinete do ex-ministro sobre uma doação de milhões reais para pagar dívidas da campanha de 2010. Depois o procurador devolve a lista com os políticos e partidos que receberam dinheiro de Eike Batista ao advogado do empresário.

Ao perceber o descaso dado á lista de Eike, o advogado volta a colocar o assunto em pauta novamente "Desculpe interromper, mas só para deixar claro: várias dessas pessoas que receberam doações do Eike, ele nunca viu. Ele nunca procurou políticos. Eu posso falar do senador Cristovam Buarque, que o Eike nunca esteve com ele. Ele pode confirmar. Eike fez doações em caráter republicano".

Mais uma vez, o promotor corta o assunto e pede para que Eike contasse novamente como Monica, a esposa de João Santana, buscou sua empresa para fazer o pagamento de R$ 5 milhões numa conta da Suíça. O depoimento de Eike foi feito em 20 de maio. O empresário afirma que antigamente, as doações de 5 milhões eram um trocado, porém um trocado que deveria ter um retorno.

Para acabar com a dívida do PT com João Santana, Eike exigiu um serviço do casal. Fez o seu corpo jurídico bater um contrato de prestação de serviço. Os marqueteiros entregou uma consultoria sobre investimentos que poderiam interessar a Eike na Venezuela, onde Santana tem bom transito por conta das campanhas que fez na América Latina.

No final do seu depoimento, por volta dos 25 minutos do segundo vídeo, quando a Lava Jato abre novamente espaço para Eike dizer o que quiser, um advogado volta a destacar a lista das doações eleitorais ‘’(...) acho que poderia esclarecer justamente, para que os senhores tenham uma noção do que ele fez, das doações que ele fez, não só doações eleitorais, mas sim doações de cunho privado, entendeu?’’ Porém a força tarefa não teve curiosidade em saber se essas doações ocorreram.

Estas doações feitas por um dos maiores empresários do Brasil, apenas revela que este regime está a serviço dos ricos. Esta delação premiada feita por Eike Batista mostra que os grandes empresários do país possuem uma prática sistemática em comprar os políticos, para que estes sirvam os seus interesses. O que é revelado nesta delação premiada é que este sistema está a serviço dos ricos.

Frente a isto, fica claro que tudo o que o Ministério Público e a Lava Jato não querem, é que os trabalhadores e os demais setores populares questionem profundamente o atual regime. Esta preocupação é clara, quando o governo golpista do Michel Temer está anunciando fortes ataques contra os trabalhadores e os demais setores populares da sociedade. Se esta denuncia vaza, Temer e toda burguesia vão encontrar mais dificuldades para impor estas medidas anti – populares.

Por sua vez, do outro lado, mostra que a principal intenção da operação Lava Jato é acabar com quaisquer pretensões do PT em voltar ao governo, mesmo que isto signifique colocar o partido na ilegalidade. Conforme já estamos alertando neste diário, sabemos que por trás da operação Lava Jato e do juiz Sergio tem o interesse do imperialismo em querer expulsar uma parte da burguesia nacional do governo, para colocar uma ala que esteja alinhada de acordo com os seus interesses.

Isso mostra também, a intenção da turma do golpista Sergio Moro em defender os políticos do PSDB. O principal motivo da operação Lava Jato não investigar o PSDB, é que este partido costuma ter a mão pesada contra os trabalhadores e os demais setores populares da sociedade. É importante lembrar que caso o Temer não consiga impor os ajustes que esta prometendo, o imperialismo pode muito bem usar o tucano na sua manga e por isso não é nada interessante que a Lava Jato avance, contra setores do PSDB.

Enquanto a operação Lava Jato coloca – se como uma peça importante dos jogos palacianos que ocorrem por cima, ao se colocar como fator determinante de pressão ao governo golpista para poder impor as medidas impopulares contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade, ela não tem nenhum interesse que o regime seja questionado. Sabendo que a corrupção não é por conta do PT, mas sim deste regime político, a turma do Sergio Moro conscientemente troca o esquema de corrupção petista pelo o esquema de corrupção da direita.

Importante salientar que se este regime for questionado, o questionamento vai incluir os privilégios que os próprios juízes desta operação. Sabemos que a turma do Rodrigo Janot e o Sergio Moro não possuem nenhum interesse em abrir mão do seu super – salário e privilégios, ao contrario, conforme denunciamos aqui neste site esta casta de juízes lucram com as delações premiadas.

Não podemos ter nenhuma confiança na Lava Jato, pois Sergio Moro e Rodrigo Janot não podem combater a corrupção, pois eles fazem parte do jogo corrupto. Somente a classe trabalhadora em aliança com os demais setores populares da sociedade podem questionar este sistema podre e corrupto. Para isso é necessário exigir um plano de luta da CUT e CTB que se enfrenta não somente contra o judiciário, mas também contra os ataques que todos os governos estão orquestrando. Acreditamos que as lutas que estão em curso e as que estão por vir, tem que ir em sentido a uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana.

 
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