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Astros do esporte nos EUA protestam contra assassinatos de negros por policiais
Matias Aires
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A crescente onda de protestos contra a morte de negros por policiais nos Estados Unidos também tem tomado conta do esporte. Colin Kaepernick, quarterback do San Francisco 49ers, por exemplo, revelou esta semana que recebeu ameaças de morte por se manifestar contra "a opressão à comunidade negra" durante a execução hino nacional na NFL. Entre os atletas da NBA, nomes como Stephen Curry, Dwyane Wade, Rajon Rondo, Russell Westbrook e Carmelo Anthony também resolveram protestar contra o racismo.

"Penso que ser negro é mais perigoso do que ser terrorista. Mesmo desarmado, com as mãos levantadas e pedindo ajuda, é um crime ser negro", escreveu nas redes sociais Rajon Rondo, novo companheiro de Wade nos Chicago Bulls.

A NBA e o Sindicato de Jogadores de Basquete dos EUA estão estudando um plano que tenta evitar que os jogadores da principal liga de basquete do mundo repitam o gesto de Kaepernick e também se ajoelhem durante a execução do hino nacional. O comissário da NBA, Adam Silver, e a presidente do sindicato, Michele Roberts, enviaram uma carta aos atletas. O texto afirma que "é importante trabalhar em conjunto na busca de um quadro adequado para encontrar soluções". No documento, Silver e Roberts alegam que pretendem organizar uma série de eventos e reuniões com as prefeituras e autoridades policiais das cidades onde há equipes da NBA.

A ideia é seguir o modelo de um evento ocorrido em julho, em Los Angeles, quando o ala do New York Knicks Carmelo Anthony, que estava na cidade com a seleção dos EUA se preparando para os Jogos Olímpicos no Rio, participou como moderador de um debate público com representantes da polícia e líderes comunitários. Silver e Roberts comprometeram-se a ouvir os pontos de vista dos jogadores durante a pré-temporada para desenvolver programas a partir do início do campeonato, que começa no final de outubro.

Fazem isso com o intuito de "desativar" os protestos e canalizá-los para ações menos contundentes e com repercussão de massas. São defensores puros do imperialismo e do racismo estatal, profundamente vinculada aos esportes americanos, local "sagrado" das classes dominantes e seu militarismo. Mas o obstáculo a enfrentar é maior do que imaginam os chefes das ligas esportivas. Às portas das eleições presidenciais, com o racista Donald Trump e o "falcão" imperialista Hillary Clinton na disputa, as grandes questões sociais (a questão negra, dos imigrantes, dos latinos) está na ordem do dia e aflorando por todos os poros dos EUA.

O treinador do Golden State Warriors, Steve Kerr, afirmou que está convencido de que haverá protestos durante o hino nacional na NBA. Stephen Curry, principal jogador do Warriors, por exemplo, expressou consternação após a morte de um homem negro morto pela polícia em Charlotte, a cidade onde ele cresceu. "Eu rezo pela minha cidade. Merecemos algo melhor do que isso", escreveu em sua conta no Twitter o melhor jogador das duas últimas temporadas da NBA.

Charlotte foi palco de protestos e confrontos violentos entre a polícia e manifestantes depois que a polícia assassinou Keith Lamont Scott na terça-feira. Esses fenômenos derivam também de grandes debates nacionais sobre a questão negra e o repúdio à violência racista do estado, e a questão imigratória.

Em 2014, em meio aos escândalos por assassinatos da população negra pela polícia, e o surgimento do Black Lives Matter, jogadores da NBA também demonstraram solidariedade ao movimento negro. Após o assassinato brutal do negro Eric Garner em Nova York, Derek Rose, LeBron James, Kobe Bryant e diversos atletas da elite do basquete usaram camisetas "I can’t breathe" [Não consigo respirar], últimas palavras de Garner antes de ser sufocado e morto pela polícia.

Nos Estados Unidos, segue aumentando o número de vítimas da violência policial e racista, em Baton Rouge, Dallas, Milwaukee, além dos assassinatos que acabaram impunes e despertaram protestos massivos.

 
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