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MERCOSUL
Brasil e Uruguai se reúnem e buscam plano para flexibilizar Mercosul
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

Os países do bloco Mercosul estão dispostos a permitir que cada um de seus integrantes possa fazer acordos comerciais com outras nações sem que todos os sócios tenham que participar. Hoje qualquer negociação comercial com terceiros países tem que ser feita com a participação de todos os quatros sócios fundadores (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai).

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Em condições normais, o quinto sócio, a Venezuela, deveria participar, porém no momento, o país está virtualmente suspenso do bloco e com isso não toma parte nos entendimentos.

A decisão de buscar a flexibilização foi a novidade anunciada após o encontro entre o presidente golpista Michel Temer e o presidente do Uruguai Tabaré Vázquez na segunda feira em Nova York, onde ambos participaram da Assembleia Geral da ONU. De acordo com a entrevista que Vázquez deu ao jornal uruguaio "El Observador", "Avançamos em estudar um processo de integração mais aberto, que permita aos integrantes buscar acordos bilaterais por fora do bloco".

O encontro entre Vázquez e Temer cumpriu o papel de dar por superado o mal-estar entre os dois países causados pelo golpe institucional no Brasil, que o governo uruguaio considerou uma "grande injustiça". O Uruguai não mudou de opinião, mas permaneceu a lógica dos acordos comerciais, pois de acordo com o presidente do Uruguai, "negócios são negócios’’.

Depois ele afirma: "O Brasil é nosso principal comprador junto com a China. E, se nos damos mal com o Brasil, onde vamos vender o que vendemos a eles? À parte discrepâncias políticas momentâneas, temos que olhar para a frente no relacionamento com o Brasil".

Conforme denunciamos em outros textos neste site, hoje está em curso na América Latina um giro a direita na sua superestrutura. A intenção desta mudança na politica do continente Latino Americano, se deve por conta da crise econômica mundial do capitalismo que chegou no continente latino americano. Frente ao cenário que está colocado para economia, o imperialismo exige duros ataques contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade e pra isso é preciso tirar os governos chamados "pós-neoliberais", seja através das eleições como ocorreu na Argentina, mas também através do golpe institucional como ocorreu no Brasil, para poder colocar no lugar governos mais alinhados aos interesses do imperialismo.

Estas reuniões encabeçadas pelo o governo golpista de Temer só cumprem o papel de concretizar este giro que o continente está vivendo. Atendendo ao sabor do capital estrangeiro, assim como Macri na Argentina, Temer busca assegurar os investidores em Nova York de que passará reformas brutais contra os trabalhadores para facilitar a extração de lucros das empresas, em particular norteamericanas, que começam a deixar a China, insatisfeitas com os crescentes custos trabalhistas.

Esta postura em se manter alinhado com os países imperialistas explica também a arrogância do governo golpista com os países que saíram da Assembleia Geral da ONU, quando Michel Temer fez uso da sua palavra. Até mesmo o governo da Frente Ampla, no Uruguai, que se limita a protestos verbais, facilita a instalação desta "ordem renovada" de aproximação mais estreita com o imperialismo.

Quem perde com este jogo que ocorre no continente latino americano é a classe trabalhadora e os demais setores populares da sociedade. Seja através do Temer golpista no Brasil, mas também de Vazquéz no Uruguai e Macri na Argentina, está em curso brutais ataques que visa impor uma pauperização maior a este países. Com a crise econômica mundial, o imperialismo busca novos territórios para ser um fornecedor de mão de obra precária e está visível que o continente latino americano está nesta lista.

 
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