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SAÚDE
Paraíso fiscal é rota de esquema de corrupção no Hospital Albert Einstein
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo
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A investigação policial sobre um esquema entre médicos do hospital Albert Einstein e fornecedores de próteses cardíacas avança agora sobre um terceiro médico e também em contas bancárias abertas em paraísos fiscais por esse grupo. De acordo com a Folha, o hospital Einstein apresentou à policia, após uma investigação interna que denunciou médicos que teriam recebido pagamentos para favorecer uma empresa que fornece próteses.

Depois dos documentos entregues para os policiais, foram encontrados novos indícios. Na primeira parte da investigação, os cardiologistas Marco Perin e Fabio Sandoli Brito Junior estavam sendo investigados. Ambos os médicos controlaram, até junho, o Centro de Intervenção Cardiovascular. De acordo com os papéis entregues pela direção do hospital à policia, existe uma espécie de sociedade entre os dois e também cardiologista Alexandre Antônio Cunha Abizaid – outro médico renomado do Einstein.

No email corporativo que está em poder da polícia, de junho de 2015 e com o assunto ‘’acerto de contas’’, os médicos discutem a divisão de recursos em partes iguais. De acordo com o trecho obtido pela reportagem da folha ‘’Se somarmos os três valores e dividirmos igualmente por três, o total que cada um deveria receber seria de 141.470, 00 reais. Em outras mensagens, Perin (ex – chefe do centro de cardiologia) indica suas contas bancárias para recebimento de repasse de pessoas ligadas á CIC Cardiovascular.

Esta empresa teve o aumento de 740% nas vendas de stents (tubos para regular o fluxo sanguíneo) para o Einstein de 2012 a 2015. Perin em uma das conversas diz "Carlos [nome do contador da CIC], pode colocar na minha conta, como sempre".
De acordo com a denúncia feita pelo Einstein à polícia, Perin disse à cúpula do hospital que recebeu dinheiro da CIC, mas os recursos seriam a devolução de empréstimo feito para capitalizar a empresa.

De acordo com a denúncia feita pelo o Hospital Albert Einstein á polícia, Perin disse á cúpula do hospital que recebeu dinheiro da CIC, mas os recursos seriam a devolução de empréstimo feito para capitalizar a empresa. Perin também disse aos chefes que, além dele, tanto Brito Júnior quanto Abizaid também fizeram á empréstimos á CIC. Os nomes dos médicos constam na denuncia feita pelo Einstein á policia.

Nas mensagens de 2012 está a tratativa entre o trio de médicos para a abertura de uma holding no Reino Unido ou no Caribe com um suposto sócio da Suíça. A holding seria, segundo as mensagens, uma espécie de guarda – chuva de empresas dos três cardiologistas investigados.

Segundo policiais ouvidos pela reportagem, uma das linhas de investigação é saber se os médicos são sócios ocultos da fornecedora CIC – que tem como representante uma ex – enfermeira do Einstein. E, também, criaram offshore no exterior para facilitar o recebimento de recursos.

O esquema de corrupção que está acontecendo no Hospital Albert Einstein, é apenas uma consequência do direito à saúde estar à serviço do lucro de uma pequena minoria. Enquanto a maioria da classe trabalhadora for obrigada a enfrentar enormes filas nos postos e nos hospitais por conta da atual saúde pública precária, grandes empresas como o hospital Albert Einstein vão continuar lucrando milhões em algo que deveria ser um direito elementar para todos.

É importante colocar que a existência destas grandes corporações, que vira e mexe estão envolvidas em escândalos só é possível porque hoje existe uma politica consciente em sucatear os serviços públicos elementares, como a saúde. É através do sucateamento sistemático de serviços elementares para a população trabalhadora, que o Estado paga a dívida que possui com os banqueiros e inclusive cede a empresas como o próprio Albert Einstein, através de OSs, a administração de hospitais e postos de saúde públicos.

Para conseguir aumentar esta taxa de lucro, estas pessoas que estão envolvidas em esquemas de corrupção não possuem nenhum escrúpulo em fazer acordos totalmente espúrios para conseguir seus objetivos particulares. É importante dizer que o governo golpista de Michel Temer propõe a fazer cortes, estabelecer teto nos ‘’gastos públicos’’ e uma ‘’maquina pública eficiente e enxuta’’, na verdade está entregando a saúde e outros serviços elementares nas mãos destes corruptos.

Com os cortes na área da saúde que estão anunciados pelo golpista Michel Temer, a tendência é cada vez mais a população ficar nas mãos de meia dúzia de corruptos. Por sua vez, vale a pena lembrar, que o ex-governo de Dilma e Lula também realizaram seus cortes na área da saúde publica. Agora a tendência com o governo golpistas é destes cortes se aprofundarem, inclusive retirando concessões que foram dadas no governo anterior.

Num país que no começo do ano sofreu com casos de Dengue e de Zika Vírus, é um absurdo que existam casos como que está acontecendo no Hospital Albert Einstein. Conforme citamos aqui, ao que tudo indica este esquema aparenta ter começado em 2012 e só em 2016 que o hospital veio denunciar o ocorrido. A pergunta que não quer calar: Porque tanto tempo em silêncio?

A única saída que os trabalhadores e setores podem dar a crise da saúde é a estatização destas grandes corporações sob o controle dos trabalhadores e demais setores populares da sociedade. É mais do que necessário taxar as fortunas dos bancos e dos empresários para reverter para a saúde pública. Para que isso ocorra, é preciso que os trabalhadores consigam impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana através da sua luta.

 
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