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JORNADAS DE LUTA
Jornadas de luta nos dias 22 e 29 de setembro: dois passos à frente se superarmos a divisão imposta pela CUT e centrais sindicais
Marcella Campos
Thais Oyola - bancária e delegada sindical da Caixa

Estão anunciadas duas ações de importantes setores da classe trabalhadora nos próximos dias. Como fazer para que esse passo realmente pese na realidade nacional e barremos os ataques de Temer?

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Estão anunciadas duas ações de importantes setores da classe trabalhadora nos próximos dias. Amanhã, dia 22, trabalhadores da educação e setores do funcionalismo em diversas partes do país devem cruzar os braços contra diversos ataques planejados pelo governo golpista de Michel Temer. Dia 29 os metalúrgicos de várias cidades do país chamam a uma paralisação contra as demissões e em defesa de seus direitos. Tudo isso acontece em meio à dura e longa greve nacional dos bancários e em inauditos ataques à Petrobras, essa categoria também deve cruzar os braços dia 29.

Crescem as declarações de diversos sindicatos, sobretudo da CUT que é hegemônica em todas essas categorias para “rumar à greve geral”, inclusive devem ocorrer ações da CUT em outros setores no dia de amanhã. O número de setores que tem paralisações anunciadas nos próximos dias para que essa força se efetive realmente é necessária superar a divisão dessas lutas.

A paralisação dia 22 na educação, que é uma das pontas mais atacadas agora com a reforma do ensino médio por Temer e o fim da aposentadoria especial de professores, em meio aos ataques a aposentadorias de toda classe trabalhadora se enfrentará em São Paulo com a ameaça de corte de ponto pelo governador tucano Alckmin e graças a pressão da categoria que quer resistir aos ataques forçou a direção do sindicato, a APEOESP a convocar uma assembleia amanhã fora da tradicional data-base

Para que os passos à frente que esses dois dias podem representar sejam efetivos, é necessário superar a divisão que a CUT e as centrais sindicais estão impondo entre as diferentes pautas e as lutas concretas que já ocorrem, como é caso de bancários e a provável greve que os petroleiros irão deflagrar. Sem unificar os setores da classe trabalhadora em luta não colocaremos toda nossa força contra as patronais e o governo Temer, facilitando seus ataques setor a setor, e por outro lado permitindo a burocracia sindical mostrar oposição aos projetos, mas seguir a orientação estratégica do PT desde que começou o processo de impeachment: mostrar resistência, “mas sem incendiar o país” como disse Lula em discurso. Com paz e amor, com um dia de mobilização como o dia 29 que casa justamente com o último dia de campanha eleitoral, com ações contidas e isoladas a FIESP, FENABAN e Wall Street terão o seu. Por isso todos grandes jornais da elite comemoram que a maioria das categorias estão fechando acordos salariais inferiores à inflação. Querem, todos eles nos impor um arrocho e retirada de direitos. É urgente a unificação, e uma verdadeira greve geral, com mobilização ativa e democrática em cada local de trabalho.

Não faltam motivos para unificar as lutas, falta vontade dos sindicatos.

A pauta de ataques aos direitos sociais e trabalhistas é extensa. Vai de nossas aposentadorias, a impor um teto aos gastos na saúde e educação, demissões e piores condições de trabalho na indústria, arrocho salarial para bancários e petroleiros, e agenda de privatização e entrega dos recursos nacionais, começando pelo pre-sal. A agenda do governo Temer, que continua e aprofunda os ataques que Dilma e o PT iniciaram, pode unir o conjunto da classe trabalhadora. A disposição de setores da educação irem à luta no dia 22, de metalúrgicos e petroleiros no 29 somados aos bancários pode ser um passo à frente se superarmos essa divisão das pautas e “jornadas de luta” como quer a CUT, CTB e outras centrais sindicais.

Junto as pautas nacionais é necessário que estes dias sirvam para cercar de solidariedade setores que estão em greve. A FENABAN quer impor um aumento abaixo da inflação à importante categoria dos bancários para junto à Petrobras dar símbolos ao conjunto da classe trabalhadora que chegou a hora de aceitar a redução de salários (e aumento dos lucros). Lado a lado de derrotar as propostas de Temer é necessário apoiar os setores que estão em luta.

Desde antes da consumação do golpe institucional o Esquerda Diário e os militantes do Movimento Revolucionário de Trabalhadores que o impulsiona, lutamos nas categorias onde estamos presentes para que a CUT, CTB e demais centrais rompam com sua passividade frente aos ataques, primeiro de “seu” governo e agora de Temer. Para derrotar os projetos e ataques em curso é preciso muito mais que dias separados de luta, é preciso unificar a classe trabalhadora. Construir uma verdadeira greve geral mediante os métodos da classe trabalhadora, organizando assembleias nos locais de trabalho e coordenando as lutas, começando por unificar os dias de “paralisação nacional”. Sem isso a força que podemos ter nesses dias de paralisação é completamente aquém dos ataques em curso e planejados por Temer.

A força da classe trabalhadora pode colocar nas cordas os projetos de Temer, e para não fortalecer novas alternativas ajustadoras é preciso lutar por uma saída independente. Justamente por uma dessas ações acontecer no dia 29, último dia de campanha eleitoral temos que impedir que sejam utilizadas para fortalecer candidatos que são ajustadores, e trabalham para a conciliação com os empresários e com a direita. Seguramente setores da burocracia sindical utilizarão essas jornadas para promover seus candidatos, sobretudo do PT. A luta que levamos nos locais de trabalho pode ter continuidade no terreno eleitoral, por isso defendemos as candidaturas anticapitalistas do MRT pelo PSOL que dão continuidade nesse terreno à batalha que precisamos dar por uma verdadeira e efetiva greve geral, ou seja construída desde a base e com assembleias democráticas, única maneira de fazer valer a força da classe trabalhadora.

Entendemos a luta por uma verdadeira greve geral como parte de batalhar por uma saída estratégica à crise econômica e política do país, uma saída que questione todo esse regime de corrupção e ataques a nossos direitos. Por isso defendemos nos locais de trabalho, no Esquerda Diário e nas candidaturas, para impor com a força da luta uma “Nova Constituinte” que permita discutir todos grandes temas nacionais, como impor uma lei contra as demissões, não pagamento da dívida externa e interna aos banqueiros para ter recursos para saúde e educação, e acabar com os privilégios dos políticos.

 
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