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JUSTIÇA
No dia em que se espera decisão de Moro sobre Lula, novas decisões cheias de "convicção"
Valéria Muller

No mesmo dia que se espera que Moro se pronuncie sobre as denúncias feitas pelos procuradores de Curitiba contra Lula novas decisões do "partido judiciário" mostram a continuidade da pressão e seletividade das ações onde sobra "convicção" nessa ofensiva contra o PT e falta em sequer seguir as investigações com o sempre citado Aécio, entre outros políticos importantes do golpe institucional que estão sendo salvos.

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No último 18 de março o presidente da CUT Vagner Freitas declarou em uma manifestação na Avenida Paulista: "Nós vamos nos livrar do Moro", lhe rendendo um processo no MPF. No último 12 de setembro o juiz responsável rejeitou o pedido de arquivamento, e Moro deve se pronunciar nesta segunda (19) sobre o caso.

"Quero lhe dizer, presidente Lula, que o Moro não grampeou o Lula e a Dilma, o Moro grampeou a democracia. O Moro grampeou o estado de direito. O Moro grampeou o Brasil. E nós vamos nos livrar do Moro." Foi o que declarou Vagner Freitas, se referindo às escutas telefônicas de Lula e Dilma, que recentemente tinham sido autorizadas por Moro. No palanque também estava o ex-presidente interceptado e o prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

A Procuradoria considerou que as palavras de Freitas não seriam mais do que sua "liberdade de expressão em meio a paixões políticas" e encaminhou o arquivamento do processo. Porém, em seu poder de juiz, o colega de Sérgio Moro, Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal rejeitou o arquivamento e agora encaminhará o caso ao Ministério Público, que pode ou não dar andamento ao processo.

O juiz alega que a fala do presidente da CUT teve a intenção de intimidar Moro. As escutas ilegais e inconstitucionais, depois autorizadas pelo STF renderam críticas até mesmo de jornais como a Folha de São Paulo, mas ao juiz pouco importou isso, trata-se de seguir a obra de pressão que tem se constituído a Lava Jato.

Segundo o juiz a fala não representa ameaça direta, mas "coação no curso do processo", e deve ser considerado que ela é dita pelo presidente da maior central sindical do país. Não é uma ameaça diz o juiz, mas por "convicção" o caso deve seguir.

A justiça segue fechando o cerco contra o PT (e safando Aécio e Temer como denunciamos nos últimos dias). Mesmo neste processo, cujo arquivamento já estava encaminhado, os colegas de Moro continuam a trilhar seu caminho de ofensiva contra o PT para legitimar o golpe institucional. Não só o Lula, mas também outras lideranças podem ser processadas ou até mesmo presas em diferentes processos que correm na justiça burguesa. É provável que Sérgio Moro se pronuncie hoje sobre o tema. O que se pode esperar é que esteja em sintonia com seu colega Ali Mazloum, tendo em vista seu combate seletivo à corrupção, com foco no PT.

Meses depois da fala de Vagner Freitas é bastante evidente que suas palavras foram somente mais uma verborragia combativa, e não uma orientação para a prática. A CUT, o PT e seus aliados ex-governistas não fizeram nada em suas bases contra as arbitrariedades do judiciário e não organizaram uma luta decidida contra o golpe institucional. Inclusive, em seus governos, fortaleceram esta e outras instituições do Estado burguês, que hoje se voltam decididamente contra eles.

Da mesma forma, não se movem contra as medidas do novo governo golpista, que volta seus canhões contra os direitos trabalhistas, a verborragia no carro de som e marcação de dias de luta sem organizar as bases dos trabalhadores, não surte efeito algum. Esta aceitação de medidas arbitrárias do judiciário não atingirá somente o PT, será uma naturalização de arbitrariedades que o judiciário brasileiro já faz contra pobres e negros nos morros e favelas e cedo ou tarde se voltará também contra os trabalhadores.

 
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