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LULA
Coletiva de Lula: a narrativa popular conhecida, com renovado aceno aos empresários
Ana Paula

Na tarde da última quinta(15) Lula defendeu-se das acusações arbitrárias de Dallagnol, aproveitando a brecha de um “ofensiva só com convicções” para se localizar, e acenando ao empresariado brasileiro.

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Lula discursou por mais de uma hora, reivindicando seu histórico de luta na construção do PT, as benfeitorias de seu governo no trato social com a população mais carente, e o fortalecimento do judiciário. Mas principalmente aproveitou a debilidade do partido judiciário em transformá-lo no principal chefe do esquema de corrupção da Petrobrás, apenas por “convicção”, e acenou à burguesia nacional que ainda pode ser uma alternativa viável para os empresários, em tom orgulhoso reivindicou que esses nunca lucraram tanto como em seus anos de governo.

No marco da instabilidade que enfrenta o governo golpista, poucas semanas atrás cem mil foram às ruas em São Paulo contra seu governo, e temem que quando colocarem em andamento os ataques planejados esse número aumente. É nesse momento que o judiciário lança mão de mais uma das medidas autoritárias que utiliza em seu combate seletivo a corrupção, buscando com isso o enfraquecimento do PT em primeiro lugar, tanto no âmbito eleitoral e da sua política de Diretas Já, como também para testar a capilaridade de suas acusações nos setores que lutam contra o golpe ou que abriram os ouvidos para lutar contra Temer ao ver propostas como a jornada de 12horas. Mas por trás destas ações dos procuradores estão, na verdade, abrindo uma avenida para que os já anunciados ataques de Temer como a reforma trabalhista, previdenciária, o corte de verbas públicas, e a censura à esquerda nas eleições possam triunfar sem que haja oposição

O partido judiciário, que lucra bastante com a operação Lava Jato (20% do dinheiro restituído de cada delação premiada é destinada aos procuradores da operação), que hipocritamente busca substituir a corrupção assimilada e praticada pelo petismo, para deixar à vontade a direita corrupta, com um congresso composto em sua maioria por políticos envolvidos em escândalos de corrupção.

Além de seus métodos arbitrários questionados por Gilmar Mendes do STF, que não se diferenciam do terrorismo que fazem à população pela via da polícia nas favelas e periferias, e que se direcionam diretamente no combate as organizações de trabalhadores, como denunciamos aqui.

O PT que não deu a luta necessária no combate ao golpe que tem como alvo os trabalhadores e a juventude, tentou fechar acordos por cima para seguir sua gestão do Estado capitalista, sem colocar nas ruas o peso que possuem nos grandes bastiões da classe operária como CUT e CTB, que não se colocaram em luta em defesa dos trabalhadores.

Mesmo com a consolidação do golpe, e com o espaço midiático aberto pela ofensiva do judiciário, Lula ontem fez uma forte defesa da profissão do político, até mesmo os corruptos, em oposição a uma categoria fortemente atacada pelo governo Temer neste momento, como os servidores públicos, identificando os promotores como concursados, coisa que também são os professores, médicos, enfermeiros, e várias outras parcelas do funcionalismo que não tem nada a ver com a repressiva “república de Curitiba”.

Para ele: "A profissão mais honesta que existe é a do político, sabe porque?
Porque por mais ladrão que ele seja de 4 em 4 anos ele está lá suando e pedindo voto, o concursado não! O concursado faz a faculdade, passa num concurso e tem o seu emprego pelo resto da vida, sem precisar se preocupar" Luiz Inácio LULA da Silva

O que certamente ele não diz é que os servidores públicos, estes que em sua maioria recebem cerca de 10% dos salários dos políticos, estão ameaçados pela PEC 241, em sua cínica barganha com os mesmos que ajudam a colocar no poder, e dividiram anos de ataques à classe trabalhadora quando o PT governava.

Não é certo ainda que a ofensiva feita pelo judiciário fortaleça ou enfraqueça o PT, até mesmo as mídias burguesas dividiram opinião sobre o assunto, e sobre os ataques do judiciário.

O certo é que o PT, segue com sua política de conciliação de classes, e que para enfrentar o golpe legitimado pela mídia e o judiciário autoritário é necessário que os trabalhadores e a juventude saiam em defesa de uma política independente das Diretas Já do PT, e da paralisia de suas centrais sindicais para ter um forte e necessário movimento contra os ataques que já vinhamos sofrendo sob o PT e que o governo Temer busca acelerar.

 
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