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ENTREVISTA
Paulo Rufino fala sobre sua reintegração em entrevista ao Esquerda Diário
Redação

Após muitos meses afastado das salas de aula, com suas bolsas canceladas e uma dura luta para ser reintegrado como estudante da Unicamp, Paulo Rufino conta ao Esquerda Diário como está após conquistar a sua volta à universidade.

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A luta pela reintegração de Rufino foi tomada por todo o movimento estudantil da Unicamp, que protagonizou uma greve histórica por acesso, permanência e contra os cortes da reitoria. Entre as palavras de ordem e campanhas de quase três meses de greve, ecoou com muita força a #VoltaRufino, com uma reivindicação massiva para que ele fosse reintegrado e pudesse exercer seu direito a estudar, a despeito da meritocracia de uma universidade elitista e fechada que quer preservar seu projeto conservador e excludente. Confira a entrevista!

ED: Ao que você atribui a sua reintegração à UNICAMP?

Paulo Rufino:
Com certeza eu atribuo minha volta à toda a luta que foi unificada entre o movimento estudantil, os funcionários e alguns professores da Unicamp, se não fosse esse grito conjunto para reparar a injustiça, acredito que jamais teria retornado.

ED: Quais foram as dificuldades que você encontrou para o seu regresso?

Paulo Rufino:
As maiores dificuldades, além de me manter, sendo que eu era um aluno bolsista que necessitava de auxílios básicos como alimentação e moradia, foram as portas jurídicas e administrativas que sempre se fechavam na minha cara. É incrível como a burocracia burrifica todos os casos onde o olhar humano é necessário mas somos avaliados apenas de maneira mecânica, como se fossemos processos ou números e não vidas.

ED: Como foi passar todos esses meses desvinculado da universidade?

Paulo Rufino:
Esses meses foram difíceis demais, serviram como um processo de aprendizado por ver as dificuldades que outras pessoas passam por problemas que seriam facilmente resolvidos, se existisse o minimo de bom senso, porém como disse antes, os processos são superiores ao individuo. Viver da solidariedade dos outros pra poder morar, dormir, se alimentar foi uma parte muito complicada, mas ver que existem pessoas capazes de lutar e se doar por causas assim faz com que nossos gritos, protestos não sejam em vão.

ED: O que você acha do fato de que a maioria dos jovens estar fora do ensino superior no país?

Paulo Rufino:
Como é sabido, existiram outros casos alem do meu, o único detalhe que os diferencia foi o fato de eu ter sido o único a conseguir me matricular e ter estudo por 2 anos antes que a morosidade da justiça tivesse cancelado a liminar que me permitia continuar como aluno matriculado.Por esses casos e por tanto outros que não conseguem superar a barreira exclusiva que é o vestibular eu me sinto muito triste e decepcionado com o papel do estado na educação no nosso país, tanto a básica, quanto o ensino médio e p superior.
as acredito que são todos esses casos e todo o apoio que recebi que me fizeram não desistir, e houveram momentos em que eu quase desisti, e continuar estudando e tentando levar na medida que eu possa um pouco do que eu venha a aprender aqui nessa universidade a qual eu tenho acesso, continuar la batalha pra que outras pessoas possam ter as mesmas possibilidades e apoios que eu tive.

 
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