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EDUARDO CUNHA
Procuradoria endurece negociações com Eduardo Cunha para proteger o governo golpista de Temer
Artur Lins
Estudante de História/UFRJ

Depois da cassação do mandato político de Eduardo Cunha (PMDB), a Procuradoria Geral da República (PGR) indicou que deve endurecer as negociações com o ex-presidente da Câmara dos Deputados sobre um possível acordo de delação premiada, alegando que acordos com o principal alvo da Operação Lava-Jato desgastaria a imagem da instituição.

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Para a PGR, um acordo com Cunha não seria bom nesse momento, a não ser que Cunha apresente um grande volume de provas, restitua o dinheiro que roubou da Petrobrás - estimado em R$ 150 milhões segundo os procuradores da PGR - e que por fim cumpra alguns anos de prisão em regime fechado. Cumprindo essas exigências da Justiça, Cunha poderia realizar um acordo de delação premiada para se salvar de Sérgio Moro.

Com o mandato cassado, Cunha perde o foro privilegiado e passa a ser julgado em primeira instância, ou seja, por Sérgio Moro. Nesse sentido, uma das saídas de Cunha e de seus advogados para impedir sua prisão é a possibilidade de uma delação premiada e nisso ele já deu sinais de que pretende fazer retaliações.

Logo depois da cassação, Cunha disse a um amigo, segundo a Folha de São Paulo, que tinha chegado a "hora de agir" e que se sentia decepcionado com seus ex-aliados golpistas por não defendê-lo. Ministros do governo de Temer disseram que a cassação de Cunha foi um alívio e uma preocupação ao mesmo tempo.

A preocupação dos ministros golpistas é de que Cunha saia delatando importantes figuras políticas da base do governo de Temer, temerosos de que essas delações provoquem mais instabilidade para um governo ilegítimo que precisa acelerar os ataques à classe trabalhadora e à juventude. Segundo um assessor do presidente, Cunha continuando como presidente da Câmara só perduraria o "clima de indefinição" na instituição e atrasar as votações de interesse do governo, como o teto dos gastos públicos, projeto que significa o corte de verbas em saúde, educação e do funcionalismo público para pagar a dívida pública aos banqueiros e às grandes empresas.

Temendo as chantagens de Cunha, Temer disse que nunca abandonou seu ex-aliado mas que não tinha condições para salvá-lo. Isso significa que Cunha não serve mais aos interesses golpistas, apesar dele abrir o processo de impeachment e ter sido uma das figuras centrais do golpe.

Os golpistas sabem da fraqueza de seu governo - formado em sua maioria por ministros, parlamentares e senadores corruptos, machistas e privatistas - e que para tentar salvar a imagem do regime e do governo ilegítimo, o Judiciário retira Cunha da jogada para que ele sirva de exemplo no "combate à corrupção", dessa maneira moralizando o golpe institucional.

 
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