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EDUARDO CUNHA
Cunha apela aos 160 deputados com casos no Supremo e a todos aqueles que defenderam o impeachment
Daniel Andrade

Eduardo Cunha discursou fazendo uma defesa política marcadamente dirigida aos defensores do impeachment, mas também a todos notórios corruptos da casa.

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Diante de 427 deputados presentes Eduardo Cunha discursou em tom enervado. Seu discurso teve como endereço aquela maioria de golpistas, direitistas que aprovou o impeachment. Quase todos os 25 minutos se dirigiram a atacar o governo Dilma e o PT. Também alertou os mais de 160 deputados com processos no Supremo que o que é votado contra ele pode ser usado contra todos.

Logo nos primeiros minutos de seu discurso Cunha falou que Dilma mentiu nos processos sobre o impeachment, que não teria havido pautas bomba mas que seu governo era a bomba. Que as pautas que ele votou poucas foram vetadas por Dilma e que muitas tinham o apoio do governo mas era criticada pela bancada do PT, citou em especial a terceirização (PL 4330) e a redução da maioridade penal.

Para Eduardo Cunha, o processo contra ele seria uma vingança do PT e “seus asseclas” e para que seja usado no processo eleitoral nas eleições municipais. Em sua defesa Cunha citou várias vezes como contrariou Dilma e como o que estava sendo feito contra ele (cassar direitos políticos era o avesso do que foi feito a ex-presidente).

Em irônica passagem que escancara como Eduardo Cunha foi um importante aliado do PT por vários anos ele remarcou como tinha se oposto a cassação de todos deputados no processo do Mensalão.

Além de dirigir-se aos apoiadores do impeachment, o ex-presidente da Câmara buscou chamar à razão os 160 deputados que tem processo em andamento no Supremo. Alertou-lhes que poderiam ser cassados sem que o Supremo julgue seus casos. Trata-se de centenas de Cunhas votando a cassação de cunhas! 160 “cunhas” são acusados de corrupção, a outros as denúncias ainda não alcançaram, ou são mero direitistas, ou meros apoiadores dos ajustes fiscais, como foi boa parte do PT e PCdoB quando os ajustes eram de “seu” governo.

Por fim Cunha argumentou que seus milionários fundos no exterior, em "trusts" não seriam contas e que portanto não teria mentido. Quanto ao roubo do cofre público, bem isso é matéria para o Supremo...

No final do discurso, como de costume, Cunha chorou suas lágrimas teatrais. Suas lágrimas e argumentos não devem comover os deputados. Como costuma-se dizer nos jogos parlamentares de Brasília “pode-se carregar alguém até a morte, mas não entrar na cova junto”.

Amanhã os jogos serão outros. Do próprio Eduardo Cunha e das centenas de Cunhas no Congresso. Hoje jogam o jogo de defesa da ética. Limpam sua própria sujeira e a sujeira do golpe institucional. Amanhã o jogo é outro. É dos ajustes e do cada um por si em meio à crise nacional.

 
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