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FORA TEMER NORDESTE
Repressão em Fortaleza (CE) em ato de denúncia ao golpe institucional de Temer
Reverson Nascimento
Florianópolis - SC

No último dia 07 de setembro de 2016, foi organizado, de maneira espontânea nas redes sociais, um ato denunciando o golpe institucional anti-democrático de Temer.

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Foto: Coletivo Zóio

Mesmo sendo convocado por manifestantes – em sua maioria – sem filiação partidária, o ato acabou incorporando militantes de partidos diversos como o PSOL, PT, PDT e PC do B, além de movimentos sociais como o MST, sindicatos como a CUT, grupos como o RUA (Juventude anticapitalista) e o LPJ (Levante Popular da Juventude), o movimento estudantil, coletivos feministas, LGBT, e outros que não pudemos identificar visualmente devido à grande quantidade de manifestantes. Como em outras cidades, foi uma manifestação com elementos de espontaneidade que não foi controlada pelos aparelhos político partidários que não lutaram efetivamente contra o golpe.

A bandeira comum e unificada era pela saída de Michel Temer e todos seus asseclas golpistas. Palavras de ordem contra medidas que tem o objetivo de descarregar o peso da crise sobre os trabalhadores foram entoadas pelos manifestantes.

Mas essa não foi a única manifestação que marcou o dia da “independência”. Em Fortaleza, o Grito dos Excluídos organizou um protesto pela manhã, saindo do bairro Jangurussu, localizado nos entornos ditos “periféricos” da cidade em paralelo ao desfile oficial do 7 de setembro. Neste ato o golpe institucional foi denunciado por cerca de 10 mil pessoas que reivindicavam benefícios para a população do campo e para os sem-terra. Após o término, muitos dos participantes se dirigiram para a Avenida Beira Mar, onde ocorreu a manifestação no período da tarde.

Já na passeata que ocorreu pela tarde, nos reunimos e marchamos pela Avenida Beira Mar durante quase 4 horas de protesto.

A organização, a criatividade e o espírito combativo eram características de todos que faziam a manifestação. A tranquilidade do bairro nobre e turístico de Fortaleza foi quebrada pelos gritos contra Temer e todos os presentes lembraram que os que ali bateram panela, as deixaram para as “empregadas” lavarem, fazendo, desta forma, uma clara alusão à maneira hipócrita de protestar da burguesia brasileira e aos seus reais interesses, contrários à grande massa.

O ato ocorreu pacificamente durante todo o seu percurso. Pelo menos até o momento em que a polícia militar chegou, não havia ocorrido nenhum tipo de problema ou agressão. Sem nenhum motivo, já no final da manifestação, produto de uma decisão política no plano nacional e com os participantes se dispersando para irem embora, os policiais militares chegaram agindo arbitrariamente e iniciaram uma forte repressão. Pessoas foram encurraladas, balas de borracha, spray de pimenta e bombas de efeito moral disparadas em uma clara intenção de aterrorizar e infligir medo na população. Duas adolescentes foram levadas para a DCA (Delegacia da criança e do adolescente) violentamente, membros da defensoria pública e demais manifestantes foram atingidos por estilhaços de bombas e diversas pessoas foram acertadas por balas de borracha. Ainda durante a repressão, o próprio comandante da operação, pretendia se fazer como que não sabia o motivo do ocorrido e nem de onde teria partido a ordem para atacar os manifestantes, mas, repetimos, é uma decisão política nacional tomada com antecedência, premeditada. Os próprios manifestantes nos falaram em alguns momentos que temiam por repressões no final do ato já durante a dispersão como haviam visto acontecer em outros locais do país.

Foto: Renato Ribeiro

Durante todo o evento, vimos muito mais do que as 40 pessoas menosprezadas pelo governo golpista. O sucesso da manifestação pode se medir até que muito mais que as 13 mil pessoas confirmadas no evento do Facebook apareceram, vimos uma multidão de quase 40 mil vozes bradando FORA TEMER.

Foi uma manifestação plural de grupos, coletivos, sindicatos e partidos gritando sua indignação e mostrando uma unidade na resistência inicial em alto e bom som.

Diversas denúncias foram feitas a respeito de deputados e senadores do Ceará e do restante do país, sendo, desta forma, citados nominalmente e desmascarados pelas ruas alencarinas. Deputados Federais golpistas como Eduardo Cunha (PMDB), Vitor Valim (PMDB) e Pauderney Avelino (DEM), bem como senadores como Aécio Neves (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM) foram escrachados publicamente. Os dois senadores pelo Ceará, Tarso Jereisati (PSDB) e Eunício Oliveira (PMDB) também foram escrachados. Nem mesmo o atual candidato a prefeitura de Fortaleza Capitão Wagner (PR) e sua política armamentista escapou dos gritos da população. Diversas vozes cantaram um “ding” quase que carnavalesco que ainda ressoa em nossos ouvidos escrachando cada um desses políticos e fazendo menção aos seus delitos e futuras prisões. Isto expressou uma crítica de fundo ao sistema político, que precisa de uma saída de fundo. Não dá para maquiar esta institucionalidade.

Gritamos, aplaudimos, acompanhamos as músicas e por diversas vezes nos emocionamos! Quanto mais víamos os que ali estavam e a expressão em suas faces, mais tínhamos certeza pelo que lutamos e pelo que continuaremos lutando.

Por isto, continuaremos lutando por nenhum direito a menos!
ABAIXO GOVERNO TEMER E TODA A CORJA GOLPISTA!

 
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