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SETE DE SETEMBRO
Vaiado do começo ao fim do dia, o feriado não deu descanso ao golpista Temer
Iaci Maria

O feriado do sete de setembro definitivamente não deu descanso para o golpista Michel Temer. Em ao menos 25 estados e no Distrito Federal houveram manifestações contra o golpe, fazendo ecoar o “Fora Temer” pelo país inteiro.

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Todos os anos no sete de setembro acontece o já tradicional Grito dos Excluídos, que são manifestações populares por todo país. Esse ano, o Grito dos Excluídos incorporou também o grito de Fora Temer e milhares de pessoas foram às ruas novamente se manifestar contra o golpe.

Para o golpista Temer o dia já começou mostrando que ele não teria sossego. Foi sua primeira aparição pública desde o golpe há uma semana, e começou em Brasília no tradicional desfile militar de Sete de Setembro. Assim que foi anunciado, as vaias e gritos de “Fora Temer” e “golpista” começaram, foram nitidamente ouvidas e agora foi a vez do ministro Eliseu Padilha declarar que tratava-se de "18 pessoas [protestando] em 18 mil [presentes]”, assim como Temer dizia ser apenas 40 o que se transformou nos 100 mil em São Paulo no último domingo. Ao mesmo tempo, iniciava-se também em Brasília o Grito dos Excluídos, que reuniu 3 mil pessoas nas ruas mostrando que não são 18, mas milhares contra esse governo golpista e seus ataques e retiradas de direitos.

No fim do dia Temer esteve na cerimônia de abertura das Paraolimpíadas no Rio de Janeiro e, para finalizar como se iniciou, foi massivamente vaiado e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro foi calado pelas vaias e gritos de “Fora Temer”. Por onde passou do início ao fim do dia, o presidente golpista que disse não admitir ser chamado golpista foi constantemente lembrado que sim, ele e seus aliados são golpistas e que existem milhares de pessoas pelo país que estão dispostas a lutar contra esse golpe.

Pelo caminho onde Temer não passou também tiveram massivas manifestações. Ainda no Rio de Janeiro teve também a versão da manifestação do Grito dos Excluídos, assim como em mais 24 estados e importantes capitais como São Paulo, que teve 3 manifestações nesse feriado e também Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e diversos outros. Foram muitos milhares de pessoas nas ruas nesse Sete de Setembro para gritar que não aceitam governo golpista, nem a PEC 241, reforma da previdência e todos os ataques que ainda estão por vir.

Um domingo com repressão gratuita em SP e uma quarta-feira sem violência

Temer já havia falado em reunião na terça que queria evitar confrontos nas manifestações de quarta. Ou seja, o mesmo presidente que declara haver apenas 40 pessoas protestando em São Paulo, no fundo sabe bem que há manifestações diárias por todo país e isso precisa ser pauta de suas reuniões. Depois de já ter tratado com violência o setor que se levanta contra o seu golpe, agora Temer diz que não quer que a repressão seja uma marca de seu governo e isso acabe levando a ainda mais manifestações.

Nessa quarta, em meio a desfiles exaltando as corporações militares, que reprimem e assassinam a juventude todos os dias, as manifestações correram de forma pacífica, sem repressão. O que só mostra também que quem inicia a violência que a grande mídia adora chamar de “confronto entre manifestantes e policiais” é sempre a polícia militar, já que vimos ontem massivas manifestações pelo país ocorrerem sem nenhum “confronto”, pois dessa vez a orientação do golpista Temer foi para que não reprimissem.

Em meio a importantes manifestações diárias, qual a saída contra o golpe e os ataques?

As reivindicações de Diretas Já e Eleições Gerais também apareceram nessa quarta, a primeira da boca dos petistas e seus aliados, a segunda de setores da esquerda, como o MAIS e o MES. Já desenvolvemos em nossa declaração do MRT como a política do PT de Diretas Já é uma manobra pelo “volta Lula”, que não quer alterar em nada o regime e apenas defender o PT para preparar sua volta ao poder, esse mesmo partido que não quis organizar uma forte luta contra o golpe para priorizar suas alianças com o golpistas e dar uma resposta à crise política na base dos acordos com a direita.

Além disso, o MST e Contag conseguiram uma reunião com o governo na última terça, onde garantiram ao Palácio do Planalto que não “insuflariam” as manifestações do Sete de Setembro se as reivindicações fossem ouvidas - apenas ouvidas, e não necessariamente atendidas. Para entrar na lista de acordos entre os petistas e movimentos sociais dirigidos pelos mesmos com a direita golpista, o MST garantiu aos golpistas não fortalecer uma real luta contra o golpe em troca de uma reunião para apresentar as reivindicações, que eram a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o recuo sobre a reforma da Previdência, a proibição de que estrangeiros possam comprar terras no Brasil e a liberação da reforma agrária. Ou seja, em uma mesa com os golpistas, nenhum questionamento ao golpe, senão a garantia de não fortalecer esse questionamento – que as vaias de manhã até a noite mostraram ser uma constante na vida de grande parte da população.

Isso é a realidade nos mostrando cada vez mais como a luta contra o golpe que nós sofremos deve se dar de maneira independente do PT. É preciso acabar com as ilusões que ainda sobrevivem de que o PT, PCdoB e seus aliados podem dar uma saída que seja de fato uma resposta para os trabalhadores, juventude, e toda população. Também já desenvolvemos aqui como é equivocado o chamado de Eleições Gerais por parte da esquerda, pois também não questiona o regime, apenas propõe trocar governantes corruptos por outros, sem ir à raiz do problema.

Não se vai à luta sem as armas corretas, pois apenas a força de vencer não basta se não soubermos golpear corretamente. É preciso paralisar o país para mostrar que nós o fazemos andar, e ele não andará se continuarmos com um governo golpista que nos ataca e retira nossos direitos. A CUT e a CTB devem romper com a política de conciliação típica do PT e organizar a luta contra o golpe, os ataques e ajustes, fortemente organizada desde as bases, dentro de cada fábrica, escola e local de trabalho, para parar o país para não apenas pedir para votar novamente, mas para mudar as regras do jogo. Assim, através da mobilização, impor uma nova Constituinte, que questione os privilégios dos políticos e coloque em discussão os grandes problemas da população trabalhadora, que é o direito à saúde, educação, moradia, emprego, a subordinação do país ao imperialismo com a dívida pública, entre outras importantes questões.

 
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