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ENTREVISTA
Quais foram as diferenças entre o MRT e o PT no ato do Fora Temer em Campinas?
Redação

Após consumar a votação do golpe no Senado em Campinas houve dois atos importantes contra o governo Temer. Durante a concentração aconteceu um breve debate entre o MRT e o PT, o Esquerda Diário entrevistou Danilo Magrão, dirigente do MRT e candidato a vereador, sobre as posições que se expressaram.

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ED:Como foi o último ato?

Magrão: Na manifestação estavam quase duas mil pessoas, mesmo após muita chuva que caiu na cidade durante o dia. Trabalhadores de diversas categorias, estudantes de universidades e muitos secundaristas se manifestaram de maneira entusiasmada, contra o governo golpista e seus ataques.

ED: Quais foram a posições políticas do MRT que incomodaram os petistas?

Magrão: Nós do MRT estávamos juntos a juventude Faísca concentrados no Largo do Rosário para o início da manifestação, que foi chamada com a consigna “Fora Temer – Campinas Não reconhece governo golpista”. Entre as palavras de ordem que cantávamos, denunciamos fortemente o golpe ocorrido no país, realizado pela direita mais conservadora e os grandes empresários, assim como os fortes ataques que estão preparando para que os trabalhadores paguem pela crise. Ao mesmo tempo não deixávamos de apontar que o PT foi responsável pela ascensão dessa mesma direita, pois abriu espaço para ela em seu governo e aplicou ataques contra os trabalhadores e a juventude. Agora o PT se mantém coligado com os golpistas em centenas de cidades para as eleições municipais, dando continuidade a sua política de acordos parlamentares sem lutar seriamente contra o golpe, não mobilizando as centenas de sindicatos filiados a CUT e CTB. Levamos uma grande faixa reivindicando uma Assembleia Constituinte em questionamento às supostas saídas que têm por objetivo antecipar as eleições, pois acreditamos que é preciso ir além de “trocar os jogadores” no jogo podre que se mostra a política, os trabalhadores e a juventude precisam decidir de fato e não apenas sobre as regras eleitorais, mas sobre todos os problemas, sociais, políticos, econômicos, e culturais e de todo país.

ED: As mídias da cidade retrataram a divergência ocorrida entre o MRT e o PT, qual foi o conteúdo do que se discutiu e como isso ocorreu?

Magrão: Um bloco do PT, com bandeiras de Dilma e de candidaturas petistas, chegou na praça cantando músicas reivindicando as “Diretas Já” e a própria Dilma. Ficaram incomodados com nossas músicas, simplesmente por que falamos a verdade, que o PT abriu espaço para os golpistas. Consideramos que a política de “Direitas Já” é uma farsa que na prática significa uma máscara para defender o “Volta Lula”. Essa posição representa um perigo importante para a revolta popular contra o golpe que se expressa nas manifestações e, a partir dela, o PT quer desviar e canalizar para as urnas esse sentimento de enfrentamento aos golpistas- Buscando relegitimar o regime político ultra questionado, ser “uma alternativa novamente”, e, com a “benção das urnas”, promover novos ataques como já vinha fazendo nos seus anos de governo.

ED: Houve algum diálogo específico com alguém da CUT ou do PT?

Magrão: Um dirigente da CUT tentou nos provocar dizendo que “criticar o PT era fazer o jogo da direita”, quando respondi que quem fazia o jogo da direita era quem estava fazendo eleição com a direita, como o PT estava fazendo em centenas de municípios, sem resposta então ele ficou em silêncio.
Se tivesse me dado mais tempo eu teria insistido na discussão e perguntaria por que a CUT e a CTB ainda não estão debatendo na minha categoria, dos professores do Estado, e em muitas outras um plano de lutas sério que se enfrente com todos os ataques dos golpistas, a partir dos nossos métodos, com greves, paralisações nacionais e uma verdadeira greve geral que pare o país, para que as lutas dos trabalhadores e a disposição da juventude derrotem o golpista Temer.

ED: Como foi a continuidade do ato?

Magrão: Estavam presentes milhares de jovens e também setores de trabalhadores, muitos concordaram com a nossa posição e se somaram ao nosso bloco. Fizemos um grande ato, onde as políticas que o PT gostaria de imprimir acabaram perdendo força. Uma das músicas cantadas com muita força não atoa era “Eu quero os meus direitos. Eu não sou petista, mas o golpe eu não aceito”. Consideramos isso o mais importante. É possível lutar contra a direita golpista, sem defender o PT ou recoloca-los no poder. O que queremos é construir uma saída independente dos trabalhadores e da juventude, a única maneira de lutar contra essa direita sem cair nos mesmos problemas que o PT promoveu em seus 13 anos de governo.

 
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