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Ministro Henrique Meirelles na mira da Lava Jato
Virgílio Grasso
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Presente na comitiva de Temer que viajou para a China, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, evitou fazer declarações sobre a Operação Greenfield, deflagrada ontem pela Polícia Federal e que teve como um dos alvos o grupo J&F (holding que controla a JBS), cujo conselho consultivo foi presidido por Meirelles de 2012 até maio deste ano, quando assumiu a pasta. "Estou chegando de viagem e vou me informar sobre o que está acontecendo", limitou-se a dizer o ministro.

A Operação Greenfield investiga fraudes bilionárias em quatro fundos de pensão de funcionários de estatais - Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios). Segundo os investigadores, os fundos de pensão adquiriram cotas em fundos de investimento por participação (FIPs) com base em avaliações econômico-financeiras irregulares. Com o valor das empresas superestimado, o valor do aporte feito pelos fundos ficava artificialmente maior.

No início de julho, a PF já havia deflagrado a Operação Sépsis, no âmbito da Lava Jato, que incluiu buscas na Eldorado. À época, Meirelles apenas comentou que não tinha mais nenhuma ligação com empresas, incluindo a J&F. O grupo controla diversas empresas, entre elas o frigorífico JBS e a fábrica de celulose Eldorado.

A JBS-Friboi, controlada pela J&F e maior processadora de carne bovina no mundo, também foi citada na Operação Lava Jato, que investiga pagamento de propina por parte de grandes empreiteiras que obtinham vantagens em processos de licitação para grandes obras da Petrobras. A empresa da família de Joesley Batista apareceu duas vezes nas investigações, a primeira em dezembro de 2014 e a segunda em abril de 2015, nos dois casos por repasse de dinheiro para empresas de fachada de doleiros envolvidos na Lava Jato, R$ 800 mil na primeira vez e R$ 200 mil na segunda.

O Esquerda Diário já tem feito denúncias sobre as ligações da JBS com governos e suspeitas de corrupção, como dito nesse texto: “O que surpreende, na história da JBS, é a velocidade exponencial de crescimento. Em apenas quatro anos, entre 2006 e 2009, o grupo cresceu inacreditáveis 1.900%. Nesse período a JBS fez aquisições importantes, como a compra da norteamericana Swift, em 2007, viabilizada por um investimento de R$ 1,1 bilhão do BNDES, criando mais uma ’multinacional brasileira’. Atualmente o BNDES Participações, braço do banco para investimentos, é dono de 23,19% das ações da JBS, enquanto a Caixa Econômica Federal detém 10,07%. Segundo o site infomoney.com.br, ‘O BNDES aprovou R$ 6 bilhões em ações e R$ 2,4 bilhões em empréstimos em uma década.’”

Meirelles na mira?

Meirelles é ex-presidente do Banco Central no governo Lula. É um conhecido executivo do setor financeiro brasileiro e internacional, ex-presidente do Banco Central do Brasil (BCB) onde permaneceu no cargo de 2003 a 2011. Sua carreira se iniciou em 1974 no Bank Boston onde trabalhou por 28 anos com atuação nacional e internacional. Em junho de 1984, com o seu retorno ao Brasil, Meirelles foi nomeado presidente do Bank Boston no país, cargo que ocupou por 12 anos. Enquanto esteve nos Estados Unidos, Meirelles foi um dos mais populares membros da corte de Bill Clinton.

Em 2012, a convite do presidente o conselho de administração da JBS, Joesley Batista, Henrique Meirelles assumiu o Conselho Consultivo da J&F. O Grupo J&F tem receita total estimada em R$ 65 bilhões.

Meirelles é o ministro alfa de Temer, projetado pelas finanças para aplicar os mais duros ajustes que o governo Dilma quis e não conseguiu emplacar. Com seu envolvimento na Lava Jato, o governo golpista estaria em maus lençóis e não é impossível que perdesse rapidamente o apoio que vem tendo das centrais patronais, como a Fiesp e a CNI.

 
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