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REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Base aliada pressiona para adiar a reforma da previdência
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

A base aliada do Presidente golpista Michel Temer, pressiona o Palácio do Planalto a adiar o envio da proposta para atacar a Previdência ao Congresso Nacional para depois do segundo turno das eleições municipais, no dia 30 de outubro. O temor de correligionários e líderes de partidos que dão sustentação a Michel Temer é de que o tema cause prejuízos aos candidatos do PMDB ou identificados com a gestão golpista Temer.

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Em um jantar com líderes da base aliada na semana passada, o presidente golpista avisou que pretende apresentar a reforma provavelmente até o fim deste mês. Aliados do Centrão e da antiga oposição – os dois blocos de sustentação governista – reclamam que a apresentação do texto coincidiria com o auge das campanhas municipais – o primeiro turno será no dia 2 de outubro. O gesto, porém, seria mais simbólico do que prático, pois jogaria a pressão sobre os parlamentares. Há a preocupação de que deputados e senadores envolvidos nas disputas municipais sejam obrigados a se posicionar contra os ataques. Diante da pressão, o governo golpista deve adiar o envio da proposta.

O esboço dos ataques a previdência já está pronto. A ideia é estipular a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres. Isso valeria para trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos. O ponto de corte para se inserir na nova regra deve ser de 50 anos. “Não sei se vai ter com quem discutir essa matéria até o dia 2 de outubro. Não vai ter ninguém em Brasília, não vai ter quórum. Ficamos travados aqui até hoje (com o processo de impeachment)”, disse o senador golpista Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Afinado com Temer, o senador golpista Eunício de Oliveira (CE), líder do PMDB na Casa, assumiu a missão de convencer os colegas. “Não podemos mentir para a população nas eleições municipais. Não há como escamotear a verdade”, afirmou. Questionado sobre o baixo quórum em setembro no Congresso, ele respondeu que a ação tem a “simbologia” de mostrar que o governo está sendo transparente.

O PSDB, por sua vez, quer que os ataques á previdência seja imposto aos trabalhadores o mais rápido possível. Para os tucanos, a medida serviria como um freio de arrumação. De acordo com o deputado Antônio Imbasshy: “Defendo que o debate não seja inibido por questões de natureza eleitoral. A situação é muito grave. É necessária que seja esclarecida a proposta e os seus fundamentos’’. O deputado Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB, complementa a posição do colega. “O governo, que não é candidato, precisa fazer esse sinal para o mercado”, afirmou.

O único consenso entre as forças políticas é que os ataques contra da Previdência e aos direitos trabalhistas, só devem ser votadas em 2017. “A Previdência precisa passar por dois turnos em cada Casa. É uma pauta para o ano que vem e que neste ano vai começar a ser discutida. Não há como acelerar esse tipo de matéria”, disse Torres.

Desde a consolidação do golpe, Michel Temer está enfrentando grandes manifestações que se enfrentam contra esta manobra reacionária, mas também contra a retirada de direitos que já está sendo anunciado pelo o governo golpista. Estas manifestações que reivindicam o ‘’Fora Temer’’ se da num marco que este governo não foi eleito e por conta disso já está enfrentando baixa popularidade.

Este sentimento de rechaço que se expressa contra o governo golpista de Michel Temer – sentimento este que levou 100 mil pessoas em São Paulo para protestar contra o governo -, pode ser um problema para as eleições municipais de 2016. Para que estejam melhores posicionados para aplicar estes ataques futuramente, a direita golpista, mas também o PT fazem seus acordos para que os ataques passem com a legitimidade do voto.

Por sua vez, esta posição da base aliada do golpista Michel Temer encontra limites e pode se tornar uma dor de cabeça para ser resolvida. Como ficou claro com a postura do PSDB, o imperialismo não quer esperar as eleições municipais para que as medidas anti - populares como a ‘’reforma’’ da previdência e trabalhista sejam votadas. Esta divisão entre aqueles que querem que os ataques sejam impostos agora e aqueles que preferem esperar que estas medidas para depois das eleições, pode causar futuros rachas dentro do golpismo.

Isto mostra que as eleições não podem ser uma saída para a crise política e econômica que o país está vivendo. O PT através de Lula quer canalizar o sentimento anti – golpe de milhares de pessoas para que seja uma luta em torno de eleições gerais, onde o mesmo pode lançar sua candidatura e fazer com que o seu partido renasça das cinzas. Por sua vez caso a direita não consiga lançar aplicar os ataques através de Temer, talvez volte a discutir a possibilidade de novas eleições.

Isto mostra que no momento de crise econômica, pedir novas eleições só faz com que os ataques contra os trabalhadores passem através de uma pessoa que tenha legitimidade do voto. É preciso lutar por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela luta dos trabalhadores e demais setores populares da sociedade, uma assembleia onde os mesmos consigam barrar os ataques de todos os governos.

 
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