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O PT E O GOLPE
Diretas já: política do PT para fortalecer o regime e repactuar com a direita
Desirée Carvalho

Após a condenação de Dilma pelo Senado e a consumação do golpe institucional, o comando do PT anunciou o relançamento da campanha “Diretas Já”, chamando novas eleições, para fortalecer o regime e dar a legitimidade das urnas aos ataques.

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Antes da votação final do impeachment havia discordâncias entre representantes do partido se a campanha das “Diretas já” não seria uma rendição do PT antes da conclusão do julgamento. A própria proposta de Dilma de chamar um plebiscito caso voltasse ao cargo de Presidente, não era consenso dentro do partido, mas com a saída definitiva da ex-presidente, foi aprovada por unanimidade pela Executiva Nacional do Partido a defesa de novas eleições.

A campanha “Diretas Já” foi criada em 1983 durante a ditadura militar para cobrar eleições diretas para presidente da República. Esta retomada parece uma clara tentativa do PT em comparar o golpe institucional que está acontecendo com o golpe militar que ocorreu em 1964 no país, e propor uma saída que só serve para fortalecer esse mesmo regime, composto pela própria direita que organizou o golpe

PT e sua paralisia são cúmplices do golpe

O PT, que assimilou os métodos da direita para governar, tem alimentado essa direita reacionária e golpista, que o tirou do poder. Fez isso com inúmeros acordos, governando para os ricos e jogando a crise econômica nas costas dos trabalhadores e os setores populares da sociedade, apesar do atual discurso contra o golpe, o PT foi sujeito de diversos ataques e ajustes, inclusive a iniciada reforma no regime eleitoral, que contribui para calar a esquerda nessas eleições.

E mesmo durante o processo de efetivação do golpe, não esteve disposto a fazer uma luta séria contra o golpe institucional, pelo contrário, enquanto o golpe passava, o PT organizava atos showmícios, sendo responsável por manter os bastiões da classe trabalhadora como a CTB e CUT na paralisia.

Isto porque a organização dos trabalhadores para barrar o golpe institucional, poderia acarretar numa luta contra os ataques que o próprio Partido dos Trabalhadores estava implementando, e o PT já deixou claro que tem mais medo da luta de classes do que dos golpistas. Por isso que foi pela via das negociatas que tentaram se manter no poder, porque fazem parte desse regime podre, e não têm interesse em perder seus privilégios.

As eleições antecipadas, ou a campanha “Diretas já”, aparece como uma opção viável para a executiva nacional do Partido dos Trabalhadores, pois é uma maneira de seguir um discurso supostamente democrático, contra o governo golpista de Temer sem tocar no regime que eles tanto necessitam e são parte. Frente à crise dos principais partidos e do regime político, o PT lança a campanha pelas Diretas, para tentar desviar a indignação da juventude e dos trabalhadores, para uma saída eleitoral e de re-legitimação do regime, para tentar construir uma nova governabilidade com a mesma direita.

Porque novas eleições ou as eleições gerais não são a saída para os trabalhadores e a juventude?

Alguns setores da esquerda, como PSOL, MAIS e PSTU levantam também a política de eleições gerais, fortalecendo a proposta do PT que por via da luta por novas eleições é possível barrar os golpistas e os ajustes, e os trabalhadores e juventude vão ter suas vozes ouvidas. Contudo, além de se configurar como um política de desvio, também é parte de impedir o desenvolvimento de uma força política com independência de classe, por um lado não ajuda a desenvolver um rompimento progressista e revolucionário a crise do PT, e por outro mantém as esperanças nesse regime podre.

A luta contra os golpistas que têm anunciado duros ataques contra os trabalhadores e os setores populares da sociedade, como a reforma da previdência e a privatização de hospitais, presídios e creches deve passar longe de um apoio ao ex-governo do PT, ou a lógica do "menos pior". O governo Temer se acelera para passar os ajustes, e é necessário uma resposta organizada da juventude e dos trabalhadores, denunciando as centrais sindicais que ficaram paralisadas até agora, pelo seu atrelamento ao petismo.

A luta pelo "Fora Temer" sem cair em no fortalecimento do petismo ou numa política de conciliação de classes, precisa se dar com a luta contra os ajustes, com greves, atos, paralisações, fazendo um plano de luta unificado que ajude a desenvolver uma alternativa política dos trabalhadores e da juventude, para fazer frente à crise política que está colocada no país, e que os golpistas estão fazendo de tudo para girar à direita.

Para nós a melhor forma de avançar nesse sentido é levantar a partir dessas lutas a necessidade de impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana através da luta e independente, onde a população seja sujeita da resolução e tomada de decisão política sobre todos ao aspectos da vida e resolução de suas próprias demandas opostas ao interesse da burguesia e seus políticos privilegiados.

 
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