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CRISE DA UERJ
UERJ volta às aulas sem perspectivas de mantê-las
Valdemar Silva
Mestre em Serviço Social - UERJ

As aulas na UERJ retornam hoje, dia 29 de agosto, porém, sem perspectivas de um futuro promissor para a universidade e sua comunidade acadêmica.

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Os meses de greve marcaram o que deveria ter sido o primeiro semestre de aulas de 2016, além de mostrar para a população fluminense o esgotamento do Estado do Rio de Janeiro. Ou seja, a decadência e a ruína da administração das contas públicas - advindas de uma política irresponsável de isenção fiscal às grandes empresas - afetaram diversas instituições, mas principalmente a UERJ.

Num ano marcado por diversas paralisações e greves do funcionalismo público, ocupações das escolas estaduais e o fatídico golpe institucional, a UERJ foi um dos palcos principais de representação do sucateamento da educação pública. Desde o início do ano, centenas de trabalhadores terceirizados foram demitidos em massa. E apesar de doer, não custa lembrar: esses mesmos trabalhadores estavam há meses sem receber seus salários e mesmo assim, saíram com as mãos abanando.

O que restou dessa história trágica foi a esperança dos trabalhadores terem seus direitos garantidos através da justiça, isso porque o MPT(Ministério Público do Trabalho) entrou com ação contra o Estado do Rio de Janeiro, as empresas terceirizadas e a própria UERJ. R$ 130 milhões é o valor que o Estado pode ter que pagar pelo calote dado aos terceirizados. Mas até agora nem sinal desse valor.

Será que mesmo com os processos licitatórios a UERJ tem condições de seguir em frente?

Pra todos aqueles que frequentam ou acompanharam a situação da universidade no último período, torna-se óbvio que as condições serão difíceis. No dia 23 de agosto, segundo reportagem exibida pelo RJTV, a Secretaria de Fazenda disse que a prioridade é o pagamento dos servidores públicos e, que não garante verba para o custeio da universidade nos próximos meses. Esse elemento torna ainda mais incerto o cenário da UERJ no próximo período.

Através de uma nota no publicada no site da instituição no dia 23 de agosto, a Reitoria informou que os processos licitatórios das empresas responsáveis por assumir a limpeza e a manutenção do campus, ainda não tinham sido finalizados, por isso a necessidade em adiar o retorno das atividades acadêmicas em uma semana. Hoje, em nova nota, a Reitoria informou que o endividamento se avolumou de tal forma no mês de julho o repasse emergencial teria que ser de R$ 28 milhões, porém apenas 13 milhões foram repassados, além do repasse mensal de R$ 10 milhões a partir do mês de agosto, conforme compromisso do Governo Estadual.

Com a possibilidade de ser declarada a falência do Estado ficam ainda mais incertos que os compromissos firmados entre o Governo do Estado e a comunidade acadêmica da UERJ sejam mantidos. Apesar desse cenário no Estado do Rio de Janeiro as afirmações da Reitoria da UERJ seguem no tom de que o retorno das aulas ocorrerá, mesmo que sem as condições ideais de funcionamento da universidade, além do o restabelecimento do funcionamento do restaurante universitário, tentando dar um ar de normalidade na volta ás aulas.

Notoriamente o cenário à espera dos alunos será o mesmo de antes e durante a greve: sucateamento. A diferença é que serão forçados a iniciar um período sem nenhuma perspectiva de que será possível terminá-lo, pois o Governador Dornelles já deixou claro que o Estado do Rio de Janeiro decretará falência até o final do ano. Contudo, apesar disso, o Reitor Ruy Garcia, afirma que até dezembro o funcionamento da UERJ está garantido. Acompanharemos.

 
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