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PERMANÊNCIA ESTUDANTIL
A gente não quer só entrar, quer entrar, permanecer e formar!
Douglas Silva
Professor de Sociologia

Uma pesquisa feita pela Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) apontou que 2 em cada 3 estudantes de universidades federais são das classes D e E. O número de estudantes cujo a renda não ultrapassa 1,5 salário mínimo per capita teve aumento entre 2010 e 2014, enquanto caia a fatia de estudantes com renda acima de dez salários mínimos. O estudo também aponta um aumento de alunos autodeclarados negros e pardos.

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Entretanto, a mesma pesquisa mostra como uma parcela significativa destes estudantes precisam trabalhar para se manter na universidade. Cerca de 36% da juventude entrevistada trabalha 20 horas semanais para garantir a permanência na faculdade. A realidade de quem entra nas universidades públicas está repleta de desgastes físicos e mentais, como são muitos os casos onde estudantes passam a dormir 4 horas por dia enquanto tentam conciliar estudo e trabalho antes mesmo de entrar numa federal.

Entre o sonho de entrar na universidade e se formar, existe o grande desafio de permanecer. Aliás, o que a pesquisa não sinaliza é o fato de que muitos dos estudantes enfrentam diversos desafios para se manter e formar na faculdade, sendo que principalmente nos últimos tempos os cortes na área da educação vem aumentando, como os 10,5 bi cortados pela presidenta Dilma em 2015 e os recentes cortes de quase 50% do orçamento do golpista Michel Temer. Estes cortes seguem assim aprofundando um modelo de precarização do ensino superior gratuito, enquanto as universidades particulares continuam lucrando com a privatização do ensino público, como a fusão de grupos que criou o maior monopólio de educação privada do mundo no Brasil.

Essa precarização da universidade pública reflete em problemas que levam muitos estudantes a abandonar a faculdade, e podem ser encontrados em todas as universidades do país, como o caso da UFMG que enfrenta agora o aumento do bandejão e a moradia estudantil que é paga pelos estudantes. Também na UFJF, onde a moradia estudantil ainda não foi entregue aos estudantes e os cortes no orçamento já sinalizam problemas com o apoio estudantil. Nada de diferente na UFRJ, onde os poucos estudantes que conseguem ter acesso a moradia vivem nas condições mais precárias e insalubres. Em suma, os cortes do governo golpista na educação vem agora para aprofundar a precarização das universidades públicas e os primeiros afetados serão justamente a juventude mais precária que vem tendo acesso ao ensino superior e não terá acesso a permanência estudantil por meio das cotas, auxílios, apoio estudantil e moradia. Não basta apenas entrar, é necessário permanecer com condições dignas de estudar e viver.

A mesma pesquisa também mostrou que apenas 17% dos jovens estão na universidade, metade da meta de 34%, que ainda é bastante restrita, já que toda juventude deveria ter direito a acessar o ensino superior. O SISU e o ENEM são ainda um modelo de vestibular unificado, que ainda servem de filtro social para a maioria da juventude. Para que todos os jovens tenham oportunidade de estudar, é preciso acabar com o vestibular para que todos tenham acesso à universidade pública. Ampliar as cotas sociais e raciais e acabar com os monopólios da educação privada, estatizando as universidades privadas, a começar pela nova fusão dos grupos Kroton e Estácio Participações.

 
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