No Rio de Janeiro há 11 candidatos que concorrem à prefeitura da cidade. Porém, em função da reforma eleitoral aprovada pelo Congresso Nacional, com Cunha à frente na época, e sancionada pela então presidente Dilma em setembro de 2015, 4 não terão direito à participação dos debates televisivos, dentre eles, o segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto e candidato pelo PSOL, Marcelo Freixo.
Segundo a nova legislação, só é obrigatório que seja garantida a presença nos debates do candidato cujo partido ou coligação tenha ao menos o número arbitrário de 9 deputados federais em exercício. O PSOL possui apenas 6, portanto seus candidatos por todo o país poderão ficar de fora dos debates, como é o caso de Luiza Erundina em São Paulo, cuja participação foi vetada, em primeira instância, hoje, pela Justiça.
A participação dos candidatos sem o número mínimo de deputados fica a cargo da emissora que transmitirá o debate, a depender da aprovação ou não dos candidatos que participarão da peleja. Freixo solicitou a sua participação à Band, que respondeu positivamente, por estar interessada que o segundo colocado nas pesquisas estivesse presente e aumentasse o seu ibope.
No entanto, após serem convocados pela emissora, os 7 candidatos decidiram pela não participação de Freixo e dos demais candidatos. Era necessário maioria qualificada de votos (ou seja, arbitrários 2/3 dos 7, portanto 5) favoráveis à participação de Freixo e dos demais candidatos, mas apenas 4 votaram a favor da participação de todos candidatos.
Os candidatos contrários eram ninguém menos que parte dos grandes direitosos da cidade: Pedro Paulo (PMDB), primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, notório agressor de mulheres e herdeiro político do atual prefeito Eduardo Paes, Indio da Costa (PSD), ex-candidato a vice-presidente de Serra em 2010, e Osório, candidato tucano a prefeitura.
Além de Freixo, o candidato pelo PSTU, Cyro Garcia, também foi impedido de participar do debate da Band. Também serão impedidos de debater os candidatos dos novos partidos patronais, a Rede e o direitista Partido Novo.
Em troca de deixar alguns pequenos e inexpressivos grupos da sua laia de fora, a burguesia, representada pelas candidaturas de direita nessas eleições, conseguiu com a antidemocrática reforma eleitoral atacar profundamente a esquerda e a sua participação do processo eleitoral, que nunca foi um processo democrático de fato. A postura dos direitosos que votaram contra a participação de Freixo e Cyro revela a tentativa de impedir que a esquerda participe nas eleições e qualquer questionamento mais profundo possa acontecer. Essa medida impede o eleitor de sequer poder ouvir o que os candidatos tem a dizer. Trata-se de mais uma, dentre outras, medidas contra a esquerda no processo eleitoral. Por isso, com a força da militância é preciso erguer uma voz anticapitalista nessas eleições, para questionar os empresários, seus políticos golpistas ou não e estas regras eleitorais feitas para impedir os trabalhadores de participarem da política.
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