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RACISMO EUA
Milwaukee, a cidade da segregação e do racismo
Celeste Murillo
Argentina | @rompe_teclas

Os meios de comunicação falam dos distúrbios e da tensão em Milwaukee, mas nada dizem sobre o racismo e a brutalidade policial que são marca registrada na cidade.

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A mídia repoduz as imagens dos protestos nos quais explodiram a fúria da juventude, depois do assassinato de um jovem afroamericano pelas mãos da Polícia de Milwaukee. O que se esconde por trás das vitrines quebradas e dos incêndios? Racismo, racismo e racismo.

Milwaukee ostenta um dos piores índices de racismo no país, definido em várias oportunidades como um dos piores lugares para viver nos Estados Unidos para os afroamericanos. Com cerca de 40% da população negra, lidera no ranking das cidades mais segregadas do país: as escolas, os bairros e os empregos estão segmentados racialmente. As escolas públicas têm um dos maiores vácuos entre o nível de educação de estudantes brancos, negros e latinos, segundo reconhece o próprio estado de Winsconsin.

Segundo o último censo, o estado de Winsconsin tem uma taxa de desemprego negro de 19,9%, a mais alta do país para a comunidade afroamericana sendo o quíntuplo da taxa de desemprego branco (ou seja, para cada desempregado branco, há 5 afroamericanos). Os índices de pobreza castigam com extrema dureza a população negra: 40%, enquanto entre a população branca apenas chega aos 8%.

A pobreza e a marginalização da população negra alimenta o estigma e a guetização dos bairros em um círculo vicioso de racismo: enquanto 1,6% dos brancos vivem em bairros pobres, essa porcentagem alcança os 33% entre os afroamericanos. O norte de Milwaukee é negro e pobre, o centro e o sul estão povoados por subúrbios brancos e ricos. Ninguém se mistura. Os lugares brancos da área metropolitana têm um investimento médio de 62 mil dólares, um lugar negro somente alcança os 26 mil. Meninos e meninas negras são condenados à pobreza e às piores escolas: os estudantes brancos pobres representam 24,42% enquanto que os pretos superam os 78%.

A segregação e o racismo encontra seu ponto culminante nas prisões superlotadas de afroamericanos, a taxa de encarceramento de homens pretos é de 11,9% enquanto dos homens brancos não chega a 1%. Segundo um estudo da Universidade de Winsconsin-Milwaukee, em 2013, 56% dos afroamericanos do condado de Milwaukee entre 30 e 34 anos de idade e 40% dos jovens entre 25 e 29 anos já haviam estado na prisão ao menos uma vez.

A fúria que se instalou nos bairros negros de Milwaukee contra a brutalidade policial é somente a culminância de um grito sufocado durante décadas. As autoridades voltam a pedir calma, mas a juventude já não pode esperar mais. Sua impaciência é legítima.

Dados: Center on Winsconsin Strategy, Universidade de Winsconsin-Milwuakee e The Star.

 
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