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OLIMPÍADAS LGBT
As Olímpiadas da visibilidade LGBT
Artur Lins
Estudante de História/UFRJ

Apesar de toda a crise financeira e social causada no Rio de Janeiro por conta dos jogos olímpicos, nessa semana vimos cenas emocionantes e que causaram grande impacto no mundo.

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Nessa segunda (8), durante a final do rúgbi feminino em que estavam jogando Brasil e Austrália, uma mulher chamada Marjorie Enya entra em campo e pede em casamento sua namorada, jogadora da seleção brasileira, Isadora Cerullo, que aceitou o pedido. Depois do sim de Isadora, o casal deu um beijo no lotado estádio de Deodoro, o que levou torcedoras e jogadoras no momento ao delírio. A cena do beijo percorreu todo o mundo.

Também nessa segunda venceu no final do judô feminino, a atleta Rafaela Silva, mulher negra lésbica e da favela, garantindo o primeiro ouro para o Brasil. Outro atleta LGBT a conseguir uma medalha foi o britânico Tom Delez, garantindo o bronze no salto sincronizado.

Nessas Olímpiadas há 43 atletas assumidamente LGBT, o maior número da história, e isso está repercutindo com grande força nas redes sociais, por exemplo. No Twitter, a hashtag #GayGames entrou para os assuntos mais comentados, assim como os comentários solidários às cenas de amor e superação contra as manifestações de ódio LGBTfóbico.

Se por um lado, na abertura das Olímpiadas 5 das ciclistas que abriram para as delegações eram transexuais, no lado de fora do megaevento, as transexuais e homossexuais sofrem com a violência cotidiana no país que mais mata LGBT no mundo, e inclusive nas Olímpiadas aconteceu casos de ódio LGBTfóbico.

Na semana passada, durante um jogo de futebol feminino, as jogadoras norte-americanas relataram que ouviram gritos vindos da torcida as chamando de “bicha”. O time norte-americano têm duas atletas homossexuais, a meio-campista Megan Rapinoe e a treinadora Jill Ellis.

Mesmo com toda a visibilidade causada pelas declarações de amor e cenas de superação nas Olímpiadas, a realidade para xs LGBT continua muito dura no Brasil e principalmente na América Latina. O Brasil é um dos países onde mais morrem homossexuais no mundo e onde a cada 28 horas umx membrx da comunidade LGBT é agredidx, segundo o Grupo Gay da Bahia.

E a situação se torna mais obscura quando no parlamento está presente uma forte bancada evangélica que apenas serve na política para criar projetos excludentes e LGBTfóbicos como o Estatuto da Família, em que só casais heterossexuais são reconhecidos, a cura gay, e a proibição do debate de gênero nas salas de aula, por exemplo.

Direitos constitucionais básicos como o direito à vida, à liberdade e à segurança são constantemente violados por esses mesmos políticos LGBTfóbicos e reacionários da direita, inclusive os mesmos que apoiaram e articularam o golpe institucional para avançar nos ataques democráticos à comunidade LGBT.

Devemos lutar por políticas públicas contra a LGBTfobia, para que se discuta gênero e sexualidade na sala de aula e que possamos viver em uma sociedade onde a construção do gênero e da sexualidade seja livre de toda manifestação de ódio.

 
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