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OPINIÃO
Médio Burguês, seu sangue também tingiu de vermelho a revolução
Juliana Perez, estudante de Direito da PUC-Campinas

Na atual conjuntura política brasileira, a direita antidemocrática e cada vez mais defensora do capital burguês, dissemina perfilhados odiosos do socialismo com discurso arredio e sem fundamento àqueles antagonistas de sua ideologia de classe.

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É cotidiano o indivíduo que se auto declara socialista/comunista ser rotulado como indolente, assistencialista, ou aquele que quer se apropriar de algo que não é seu. Importa frisar o equívoco estrutural dessa taxatividade, que o médio burguês atira sobre o próprio pé dado o fato que sofre a cadeia de classes em potencial, pois é na maioria das vezes a força operária, mesmo que constituída de profissionais com nível superior ou técnico, está sob julgo da mercantilização, e não deixam de serem meras peças substituíveis, claro, de quem administra o capital concentrado das empregadoras.

É muito evidente a lógica capitalista diante da nossa persistente crise, que precariza as condições dos trabalhadores em termos de benefícios, valorização ou incentivos, em contrapartida exige cada vez mais qualificação, e a união desses fatores resulta na fórmula perfeita da exploração dos trabalhadores, que se veem coagidos a competirem entre si, para que possam subsistir, assim o empregador explora mais livremente, alimenta seu capital com o cabo- de guerra dos trabalhadores.

Traçando um paralelo com a ideologia da Revolução Industrial que aparentemente revolucionava a manufatura para a utilização de máquinas, estruturando-se com maior possibilidade de lucro por tempo otimizado e substituição de serviços manuais por manutenções periódicas do maquinário, a partir daí, o operário foi reduzido enquanto força de trabalho, ele só se limitaria a operação deste, ou no máximo sua manutenção, o que com o desemprego em massa por esse próprio fator, ativou o gatilho da supressão das condições de trabalho e concorrência por sobrevivência.

O que o médio burguês deve repensar quando eivado de arrogância sabota a própria estrutura gritando que a bandeira nunca será vermelha, é o fato de estar estafado das próprias condições de trabalho impostas, ele tem que trabalhar 10, 12, 14 horas por dia, dentro dos moldes do empregador, limitado a prover o lucro alheio, abdicar de lazeres, de assiduidade na conjuntura familiar e ate mesmo de sua sanidade para suportar uma estrutura econômica que atenda minimamente as expectativas sociais, ou seja, uma boia meio murcha que lhe é dada como troféu social, já que tem uma vida confortável, para que ele nade incansavelmente na piscina do capital, sendo assistido com desdém dos detentores, nada preocupados com os afogados, com os pulmões da classe trabalhadora sem ar, e os que se recusam a permanecer sem pé, que saltam e enchem os pulmões de ar para gritar revolução, que não passarão, essa piscina é de sangue de trabalhador, sua camisa também está encharcada, com o meu, o seu, o nosso sangue.

 
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