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FRAÇÃO TROTSKYSTA
A esquerda será internacionalista ou não será nada
Jimena Vergara

Entre os dias 10 e 17 de agosto se realiza em Buenos Aires a Conferência da organização internacional da qual o MRT faz parte, a FT-CI (Fração Trotskista – Quarta Internacional, na legenda em castelhano). Delegados de vários países da Europa e América Latina discutirão como intervir na situação internacional.

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A crise econômica, a polarização política e social que se expressa em nível internacional e a crescente deslegitimação dos partidos tradicionais – em particular na Europa e EUA – estão gerando fenômenos políticos de todo tipo a nível mundial. Estes elementos (crise econômica, política e social) são os que permitem definir que, em alguns países onde esses se combinam de maneira mais aguda, existem tendências à “crise orgânica”, um conceito definido por Antonio Gramsci para explicar momentos ou situações onde o que predomina não é o enfrentamento entre revolução e contra-revolução mas uma “crise de conjunto” que vai muito além do conjuntural.

Isso tem possibilitado que amplos setores das massas estejam rompendo com suas representações políticas tradicionais e que surjam novas “formas de pensar”. Ainda que o que predomina não seja a luta de classes (exceto na França), estão surgindo importantes fenômenos políticos à esquerda e à direita.

Na Europa, por exemplo, o grande projeto burguês da União Europeia está em crise, sobretudo depois do Brexit. Nos EUA o bipartidarismo está muito questionado, como demonstra pela esquerda o fortalecimento de Sanders entre os eleitores mais jovens e pela direita o de Trump entre os setores de trabalhadores e populares mais golpeados pela crise econômica.

E na América Latina, estamos no fim de ciclo dos chamados governos pós-neoliberais, destacando o caso do próprio Brasil, com uma crise de grandes proporções no marco da qual se consolidou o golpe institucional contra Dilma Roussef, e da Venezuela, também castigada duramente pela depressão econômica e a crise do chavismo.

Uma atividade intensa

É neste contexto que irão a Buenos Aires delegados dos diferentes grupos e partidos que compõe a Fração Trotskista, para participar de nossa 10ª Conferência, após um ano de intensa atividade.

Os companheiros da Révolution Permanent na França, organizados na Corrente Comunista Revolucionária dentro do NPA (Novo Partido Anticapitalista), estiveram na linha de frente do movimento contra as reformas trabalhistas de Hollande. Estarão presentes também os delegados do Clase contra Clase do Estado Espanhol que, junto a outras organizações de esquerda são parte do movimento “No hay tiempo que perder”, para constituir uma alternativa de independência de classe frente ao “neo-reformismo” do Podemos. Delegados do grupo alemão RIO (Revolutionären Internationalistischen Organisation), que são parte do movimento de apoio aos refugiados que inundaram a Europa fruto da guerra imperialista na Síria. Também participarão companheiros da FT da Inglaterra.

Da América Latina, os companheiros do MRT no Brasil, que estiveram na linha de frente na luta contra o golpe institucional e atualmente contra o governo Temer, e que hoje impulsionam candidaturas anticapitalistas para as eleições municipais em algumas das maiores cidades do país. O MTS (Movimiento de Trabajadores Socialistas) do México, que recentemente impulsionou candidaturas para as eleições da Constituinte do Distrito Federal/Cidade do México, e se mostrou a única alternativa independente, depois de 25 anos em que a esquerda anticapitalista não se apresentava. Os companheiros do PTR (Partido de Trabajadores Revolucionário), do Chile, que desde as principais universidades e escolas são parte do combativo movimento estudantil e hoje estão lutando contra a aposentadoria privada de Bachelet. A LOR-CI (Liga Obrera Revolucionária – Cuarta Internacional) da Bolívia, que tem sido parte das principais lutas operárias do último período, e que assim como os companheiros da LTS da Venezuela e da FT no Uruguay, lançaram seus próprios diários digitais.

Uma Rede Internacional de diários digitais para intervir nos novos fenômenos políticos

Nesta Conferência, um dos aspectos que vamos discutir será como aprofundamos a experiência do Esquerda Diário como parte da Rede Internacional de diários digitais formada por portais em espanhol, português, inglês, alemão e francês (além de uma seção em turco).

A Rede vem registrando um importante avanço. No primeiro semestre de 2016, superamos os 14 milhões de acessos. A partir da intervenção dos nossos grupos, a Rede Internacional deu um salto, convertendo a FT em um pólo dinâmico da esquerda internacional.

O La Izquierda Diario Argentina que tem avançado para se transformar em referência nacional, com mais de 2 milhões de visitas e quase 3 milhões de páginas visualizadas no mês de julho (recorde que representou um crescimento no último ano de 148% e de 85% em relação ao mês anterior). E que se propõe erguer uma Rede de milhares de correspondentes do diário com 2 mil notas mensais de colaboradores que tomem o diário para si, e que este se constitua como um verdadeiro “organizador coletivo”.

Na França, o Révolution Permanent se tornou o diário do movimento contra as reformas trabalhistas, reconhecido por intelectuais e personalidades da esquerda mundial como Tariq Ali, multiplicando a voz dos jovens do movimento “Nuit Debout” chegando a registrar 600 mil acessos. Hoje, ao redor do RévPerm, existem novos jovens e trabalhadores organizados. No Estado Espanhol, o Izquierda Diario alcançou um pico de 100 mil visitas em maio, expressando que setores da juventude e dos trabalhadores buscam alternativas frente ao giro à direita do Podemos e a partir da cobertura da batalha contra a reforma trabalhista na França.

No Brasil, o Esquerda Diário se tornou de longe o principal diario digital da esquerda, superando amplamente os sites do PSOL e do PSTU (com uma média que supera os 250 mil acessos mensais), expressando a voz daqueles que enfrentaram o golpe desde uma posição independente do PT. No México, os professores se apropriaram do diário digital para refletir em seus artigos e páginas a feroz resistência contra a neoliberal Reforma Educativa do presidente Peña Nieto, o repúdio à repressão e a solidariedade internacional (avançando às 200 mil visitas mensais).

Os companheiros do Left Voice (EUA), acabaram de participar do Left Forum de Nova York (o principal fórum da esquerda norteamericana), e lá o diário aponta para transformar-se em uma referência das ideias revolucionárias para o público do idioma inglês, sendo já conhecido por amplos setores na esquerda.

Todas essas experiências estarão no centro das discussões nesta Conferência com o objetivo de desenvolver e avançar a Rede Internacional e nossos diários digitais nacionais a novos e mais ambiciosos desafios.

 
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