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CULTURA NO ABC
CENTREVILLE uma história de luta presente
Redação ABC
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A ocupação por setores populares das enormes mansões no Centreville vira tema de peça teatral em Santo André.

A ocupação que completa agora 34 anos, está sendo celebrada justamente num momento conturbado da política nacional. Em 2016 o povo brasileiro se enfrenta com o golpe institucional e a ligação é direta com os anos de chumbo, quando a miséria e o medo dominavam o conjunto da sociedade.

Da mesma forma que vivemos nos dias atuais, nos anos da ditadura uma série de ataques aos direitos mais elementares da população eram recorrentes. Saúde, educação e moradia que segue sendo um enorme problema social em nosso país, não eram direito de todos, há poucos anos atrás homens e mulheres se organizaram para tornar seu o que seria um condomínio de luxo para poucas famílias.

Esse é o Centreville, construído para ser a Alphaville do ABC paulista, destoante com a região fabril e de maioria proletária. Foi no ano de 1982, depois de 5 anos de abandono das casas já prontas, faltando apenas acabamento em algumas, que um setor de moradores de favelas e bairros pobres vizinhos, resolveram tomar aquelas casas para si mesmos. Se organizaram e na calada da noite centenas de famílias passaram a ocupar o espaço que antes estava vazio.

A peça, muito sensível e emocionante retrata esse momento, desde os planos de ocupação, até sua concretização. Revive os enfretamentos com a policia, com os guardas das mansões, o choque com a ditadura, as promessas de uma vida melhor. Assim como a história sempre mostra, são as mulheres que estão na linha de frente nos grandes enfrentamentos de classe. As mulheres que guardam suas crias e levam nas costas o peso de garantir o futuro de suas crianças.

Esse espetáculo tem como protagonistas os agentes dessa história viva e emblemática para a cidade de Santo André. Com Dramaturgia de Lucas Moura e Direção de Esdras Domingo, a sensação da primeira noite em que as famílias dormiram ali é sentida por todos que acompanham a apresentação, afinal, como deve ter sido essa primeira noite, sem luz, sem água, mas cheia de esperanças de um futuro mais digno.

O Esquerda Diário esteve no ensaio aberto e nos próximos dias publicaremos uma entrevista com um dos idealizadores desse grande espetáculo da vida e da resistência daqueles que lutam por moradia ontem e sempre.
Pré-estreia – sábado 06/08, as 20hs na Cia do Nó. (rua Regente Feijó, 359ª – Vila Assunção, Santo André)

 
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