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JUVENTUDE NO ESQUERDA DIÁRIO
Debates e lutas do IFCH no Esquerda Diário
Cássia Silva
Vitória Camargo

Já se passou mais de um ano desde o surgimento do Esquerda Diário (ED), que alcançou nessa segunda-feira, 1 de agosto de 2016, as 100 mil curtidas no Facebook. Durante todo esse tempo, o esforço de construir uma mídia de esquerda que fosse uma ferramenta para a classe trabalhadora e a juventude fazer suas denúncias contra as mazelas impostas pelo sistema capitalista, por seus representantes nos governos e direções, bem como exibir a sua arte, compartilhar suas ideias está se tornando cada vez mais concreto e apaixonante. O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) não passou por fora disso, as lutas foram muitas e foram exemplares, e elas são expressas no ED.

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Como quando os estudantes de Ciências Sociais e História votaram pela proporcionalidade na gestão do Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH), no dia 10 de abril de 2015, para que a entidade que representa esses estudantes se tornasse mais democrática e desse voz a todas as divergências e concordâncias entre eles.

Ou também quando, no mesmo ano, paralisamos em apoio à greve de trabalhadores na reivindicação por isonomia salarial, contra os ajustes do ainda governo Dilma e contra a injusta demissão de uma funcionária terceirizada, que conseguimos reverter com mobilização. Noticiamos também a paralisação do 29M, que foi um dia nacional de luta contra o governo petista, seu PL4330 da terceirização e as MPs 664 e 665.

Travamos, inclusive, batalhas contras o policiamento japonês no campus, porque achamos que a universidade tem de ser aberta e viva. Chamamos, através do CACH, outras entidades a lutar contra os cortes na educação e a redução da maioridade penal.

Fomos porta-vozes das nossas pautas e escancaramos os privilégios dos que ganham supersalários, enquanto não temos toner na impressora para os quilos de textos do semestre, e expressamos nossas posições quando os docentes nos chamaram para o debate. E o Esquerda Diário deu voz aos grandes debates que permearam o Instituto, cobrindo o Colóquio Marx e Engels de 2015 realizado na UNICAMP e expressando as produções e posições dos intelectuais do IFCH.

A nossa solidariedade aos trabalhadores também foi bastante evidenciada no ED: apoiamos os trabalhadores da GM de São José dos Campos que lutavam contra as demissões, fizemos campanha para a efetivação sem concurso dos trabalhadores terceirizados, nos solidarizamos com os trabalhadores que ocuparam a MABE.

Os estudantes do IFCH também estamos na luta de combate ao racismo quando aprovamos cotas étnico-raciais na pós-graduação, estivemos ao lado do Núcleo de Consciência Negra (NCN) também quando eles forraram as paredes do instituto com pôsteres que afirmam a negritude e o espaço que tem que ser dela na universidade, construímos o Dia de Combate ao Racismo e também estivemos ao lado de um doutorando e trabalhador da Unicamp, que estava sendo ameaçado de perder sua bolsa por querer pesquisar literatura africana. E recentemente também divulgamos a maravilhosa atividade construída pelo NCN que forrou ainda mais as paredes com a luta e as histórias da população negra, o Poster Bomber.

Lutamos pela permanência de negros e pobres na universidade e nos indignamos diante da expulsão de Paulo Rufino, estudante da Geografia que foi desligado da Unicamp por ter conseguido o diploma do Ensino Médio pelo ENEM.

A nossa luta de combate às opressões é constante, afinal foi nos banheiros do nosso instituto que surgiram pixações absurdas contra a livre expressão de gênero.

Debatemos a grande política e barramos a expressão do ainda governismo petista na nossa delegação para o XII Congresso dos Estudantes da Unicamp.

O ano de 2016, aliás, não começou menos agitado. Fizemos assembleias para discutir a polarização política nacional, diante do processo de impeachment da Dilma, travamos debates entre divergências sobre a existência do golpe institucional ou não. E acabamos nos posicionando contra o golpe e construindo um 1º de Maio combativo, Dia do Trabalho, também contra os ataques dos governos.

O cenário se acirrou e já estávamos sentindo o cheiro da greve: paralisamos contra o corte de 40 milhões de reais imposto pela reitoria de José Tadeu Jorge. Discutimos a importância de massificar e radicalizar a mobilização, e culminamos na aprovação da greve, que discutiu desde as pautas específicas do corpo estudantil, até sobre abrir a universidade à população e o que a greve das estaduais tem a ver com a conjuntura nacional.

Noticiamos todos os processos da mobilização da Unicamp, que se mostrou com adesão histórica, como na ocupação da reitoria, no Encontro Estadual de Educação realizado na ocupação, e no dia nacional de luta pela educação, o 3J.

Em meio a um cenário de repressão aos movimentos que se põem em luta contra os ataques do governo golpista, mantivemo-nos firmes também quando a reitoria ameaçou reintegração de posse, o que inclusive agregou forças, como a vigília que os trabalhadores fizeram em frente à ocupação.

E seguimos no embate com a reitoria para que nenhum estudante seja punido, diante da desocupação da prédio, e em solidariedade aos trabalhadores, que estão tendo seus salários cortados por fazer greve. Expressamos a posição dos estudantes de que a histórica Assembleia da ADUNICAMP fortaleceu a defesa da educação pública e outro projeto de universidade, no qual os lutadores não são punidos.

Além disso, estamos construindo uma campanha contra as punições, veja aqui e aqui os depoimentos da luta das estaduais paulistas.

Em resumo, assim como estudantes de outros institutos e faculdades que constroem o movimento estudantil antigovernista e os que emergiram para a atuação política na universidade com a histórica greve que fizemos nesse ano, os estudantes do IFCH são parteimportante na história das lutas e disputas de ideias na Unicamp: ao defender a educação e lutar para arrancar cotas raciais de uma reitoria que é conivente com a precarização do trabalho de mulheres negras e com a inexistência do acesso que a população tem à universidade, ao ser linha de frente na batalha contra o governo privatista de Temer quando se dispuseram a vociferar em defesa dos direitos dos trabalhadores e da juventude.

E agora, com as 100 mil curtidas na página do Esquerda Diário no Facebook, chamamos os estudantes, trabalhadores e docentes do IFCH a continuar construindo uma mídia independente de qualquer vínculo empresarial ou com governos que atacam a classe trabalhadora e a juventude. Assim como somos protagonistas na luta contra o golpe, contra os cortes e ataques da reitoria, chamamos a juventude a construir um diário de notícias, a expressão de suas angústias com as nossas próprias mãos.

 
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