Na noite deste domingo, dia 31, um incêndio destruiu cerca de 100 barracos numa favela na região do bairro do Limão, na zona norte de São Paulo.
Dezenove equipes de bombeiro foram enviadas ao local para controlar o enorme incêndio, que atingiu uma área de 2000m².O fogo tomou conta rapidamente dos barracos de madeira da comunidade conhecida como favela dos tubos, deixando desalojadas cerca de 400 pessoas, que não tiveram tempo de salvar nada, saindo apenas com a roupa do corpo.

As causas do incêndio ainda serão investigadas. Entretanto, há muito que as favelas em São Paulo são vítimas de incêndios que ocorrem quase sempre na calada da noite e em regiões, que não por coincidência, tem se valorizado do ponto de vista imobiliário na cidade. "Higienizar" a cidade passa ser um grande negócio que desperta a ganância de empreiteiras.

Os incêndios criminosos são apenas mais uma das formas de se expulsar os moradores indesejados e, como todo caso de ilegalidade que beneficia os poderosos, nunca são seriamente investigados e nem muito menos se encontram ou se punem os responsáveis.

Tão recorrentes quanto esses incêndios são os casos de violenta reintegração de posse de terrenos e prédios ocupados. Esses imóveis, na maioria das vezes são utilizados apenas para especulação imobiliária e estão, via de regra, vazios e abandonados. Mesmo assim, os ocupantes são retirados através de liminares executadas tanto pelo governo do Estado comandado por Geraldo Alckmin (PSDB), quanto pela prefeitura de Fernando Haddad (PT), como no recente episódio de reintegração num terreno na Raposo Tavares, em que até seu colega de partido, Eduardo Suplicy, foi vítima da ação da polícia militar, ao tentar barrar a violenta desapropriação.

Qualquer solução de fundo sobre o problema da moradia passaria por colocar em ação um plano de saneamento e moradia para as pessoas que vivem nessas condições, além da expropriação dos imóveis e terrenos utilizados pela especulação imobiliária e que fazem os preços dos alugueis subirem cada vez mais.