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O CORPO DE BOMBEIROS INIMIGO DAS MULHERES
Concurso no DF exige saber se as mulheres são virgens para concorrer ao cargo
Jenifer Tristan
Estudante da UFABC
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O concurso para o Corpo de Bombeiros no Distrito Federal exige que as candidatas apresentem laudo com exames de virgindade ou de Papanicolau (Colcopocitopatologia oncótica, exame desenvolvido para prevenção de HPV e câncer no colo do útero) que também serve para ver se o hímen das candidatas já foi rompido ou não. Na prática, o exame serve para que saibam se as candidatas são ou não virgens.

Este exame é exigido como parte dos documentos de contratação para ingresso no cargo. O edital chega ao absurdo de colocar que: “ A candidata que possuir o hímen integro está liberada de apresentar o exame”.

Essa exigência escancara o machismo institucional reproduzido pelo próprio Estado, qualificando as mulheres por uma prática que é pessoal e não impede o exercício de qualquer função, tanto para homens como para mulheres, e aos homens não são exigidos exames similares para que atestem virgindade ou mesmo “integridade moral”, como querem qualificar as mulheres. O concurso acontece agora e vai até dia (18) quando acabam as inscrições.

Ao mesmo tempo que mostra o machismo, escancara o caráter reacionário desta instituição que, por mais que se expresse no imaginário popular como “salva-vidas”, “apagadores de incêndio”, “ajudante dos gatinhos”, cumpre acima de tudo um papel de repressão a população, pois são membros da polícia militar. E nos momentos onde é necessário reprimem a população com seus jatos d’agua, permitem que a polícia reprima ocupações por moradia, atuam em conjunto com as UPP´s e a polícia federal.

Ou seja são parte direta do aparato repressivo do Estado, portanto, não podem ser uma alternativa de trabalho com salários médios numa conjuntura de desemprego e inflação. Os trabalhadores, ao serem parte dessas instituições, assumem uma posição também de classe, mas deixa de ser da sua classe de origem. Assim, a instituição deveria ser abolida e com trabalhos comunitários e por bairros se construir a própria segurança e os “salvamentos”, a partir das associações de bairro e do local de trabalho, deixando de ser um instrumento de repressão que mostra com essa ação que além de inimigo dos oprimidos e dos trabalhadores, as instituições militares expressam seu machismo com a “qualificação” das mulheres.

 
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