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JUVENTUDE ANTICAPITALISTA
Nove motivos para a juventude construir uma voz anticapitalista
Odete Assis
Mestranda em Literatura Brasileira na UFMG
Jéssica Antunes

Junho de 2013, secundaristas, primavera feminista, luta contra o golpe, greve das estaduais paulistas. A juventude vem sendo a linha de frente de diversos processos de luta e resistência nos últimos anos. Com esse texto queremos colocar nove motivos para que essa juventude construa uma voz anticapitalista nessas eleições. Sejamos milhares de vozes anticapitalistas lutando pelos nossos direitos.

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1) Direito a educação pública, gratuita e de qualidade para todos

Todo jovem tem direito de estudar e sem pagar. O acesso à educação é um direito básico garantido por lei, mas que dentro desse sistema está cada vez mais voltado para o lucro dos grandes monopólios e empresas. As escolas vêm sendo a cada dia mais precarizadas e até a merenda já foi roubada. Queremos nosso direito à educação pública, gratuita e de qualidade. Queremos nossas escolas como espaços de livre pensar e por isso somos contra projetos reacionários como o Escola sem Partido. Contra o racismo da casa grande das universidades exigimos a implementação imediata das cotas raciais. Contra os grandes monopólios privados da educação queremos a estatização sob controle dos estudantes, professores e funcionários, sem nenhuma indenização para os grandes tubarões do ensino. Contra o filtro social que todos os anos barra milhares do tão sonhado ensino superior exigimos o fim do vestibular, para que todo jovem possa ter direito a estudar.

2) Pelo direito à arte, cultura e lazer

Quem nunca foi jovem e quis sair para se divertir ou aproveitar o tempo livre antes que o capitalismo te obrigue a vender a maior parte dele para os patrões que te exploram? Mas quem é que consegue pagar tão caro para ir ao cinema, ao teatro ou a shows? A sede de lucro em cima do nosso lazer é tanta que até a meia entrada, para quem consegue ter acesso a esse benefício, já é cara. Livros? Nossa quem consegue comprar, se quase não sobra dinheiro para nosso feijão de cada dia. Aí quanto a gente tenta criar nossos espaços, fazer nossa arte, nossa cultura, como os grafites, os bailes funks, usar as praças para andar de skate, entre tantas outras formas que encontramos pra tentar subverter a ordem que nos impede de ter acesso ao lazer, aí vem a polícia da repressão. Coibindo nossos espaços, nossa arte, nossa cultura. Queremos o direito de aproveitar nossa juventude, de ter e de fazer arte e cultura sem se submeter a sede de lucro dos capitalistas.

3) Nossas vidas importam, basta de genocídio da juventude negras e indígena

A juventude negra vem sendo exterminada dia a dia pela violência policial e desse Estado racista. Como podemos continuar vivendo se a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil? Como podemos continuar vivendo em um sistema que a 500 anos extermina a juventude indígena? O racismo surge para justificar uma das maiores brutalidades que a humanidade já viu, a escravização de milhares de povos negros. O tráfico da população negra deu as bases materiais para que por meio da acumulação desse rentável e odiável comércio o capitalismo conseguisse se erguer. Nossa luta contra o racismo é também uma luta contra esse sistema capitalista e continuaremos defendendo nosso direito básico de permanecer vivos.

4) Pelo direito ao aborto, contra o machismo e o feminicídio

O estado que retira nosso direito a maternidade é o mesmo que nega o direito ao aborto. Durante os 14 anos do seu governo o PT se calou diante das milhares de mulheres mortas todos os anos vítimas de abortos clandestinos. Tudo para manter seus acordos com as bancadas fundamentalistas e conservadoras. Com o golpe institucional esses mesmo setores que o PT tanto alimentou em seu governo, se sentem agora mais fortes do que nunca para avançar sobre nossos direitos e contra a legalização do aborto. É preciso lutar para que nenhuma mulher morra por conta de um procedimento inseguro, é fundamental defender o direito ao aborto legal, seguro e gratuito. Um sistema onde milhares de mulheres são mortas pela violência machista, um sistema que se apropria da opressão a todas nós para dividir a classe trabalhadora e manter seus lucros, um sistema que naturaliza a violência e diz que o estupro é culpa da vítima, um sistema como esse não pode mais continuar existindo.

5) Pela livre construção de gênero e sexualidade, basta de LGBTfobia

O Brasil é o país líder no ranking de mortes de trans e travestis em todo mundo, enquanto isso o direito ao nome social continua sendo um processo burocrático na maioria das vezes doloroso. Em Orlando 49 pessoas foram assassinados pela violência LGBTfóbica. Não podemos ser quem nós somos, não temos direito à nossa livre construção de gênero e nem da sexualidade. A miséria sexual da juventude atinge mais aqueles que não seguem os padrões heterossexuais e normativos impostos socialmente, contudo dentro do capitalismo ninguém pode exercer plenamente sua sexualidade. Afinal ter total controle de seu corpo e de seu prazer é muito perigoso para esse estado. A juventude não quer mais viver na miséria do possível.

6) Pela legalização de todas as drogas

A proibição das drogas é hoje o principal fator do encarceramento em massa e da repressão aos pobres da periferia. É através da falsa justificativa de “guerra contra as drogas” que as polícias tentam legitimar a militarização das favelas, as prisões e o genocídio contra os pobres e especialmente os negros. Os únicos interesses por trás da proibição são dos grandes cartéis do narcotráfico mundial, que lucram muito com este negócio sanguinário, além dos interesses do Estado em reprimir os pobres e a juventude com a justificativa de “combater as drogas". Lutamos pela legalização de todas as drogas sob controle dos trabalhadores e usuários, para combater a repressão estatal e o narcotráfico, e também para termos liberdade ao nosso corpo, em fazer o que quisermos com nossos sentidos físicos.

7) Contra os ataques dos governos capitalistas

O golpista Temer assumiu o poder para atacar ainda mais a juventude e os trabalhadores, pois os ritmos que o PT vinham implementando esses ataques não estava de acordo com as vontades da burguesia. No estado de São Paulo o ladrão de merendas Geraldo Alckmin continua impune, precarizando a cada dia nossa educação e nossa saúde. Projetos como a lei anti-terrorismo aprovada no governo Dilma, a reforma da previdência ou o reacionário Escola sem Partido são exemplos de como esses governos estão na contra mão das demandas da juventude, mas a serviço dos interesses do sistema capitalista.

8) Contra o desemprego e a precarização de nossas vidas

Com a crise o número do desemprego aumentou em todo país, entre a juventude os dados são ainda piores, 24% dos jovens entre 18 e 24 anos estão sem emprego no país. Como se não bastasse isso o trabalho precarizado, que durante o governo do PT aumentou aos milhares, agora com o governo golpista tente a ser regra. A lei de flexibilização da terceirização, reforma da CLT e diversos outros ataques, como carga horária semanal de 60 horas semanais. O que os capitalistas querem é que a juventude escolha entre um emprego precarizado ou amargar no desemprego. Não aceitaremos nenhum dos dois.

9) Ao lado dos trabalhadores, pelo direito ao nosso futuro

Somos parte de uma nova geração de jovens, que saiu às ruas em junho de 2013, que se levantou com os secundaristas, que era linha de frente das mobilizações na primavera feminista, que lutou contra o golpe e na greve das estaduais. Somos parte da juventude que não tem ilusões no petismo, ao mesmo tempo que sabemos que não é esse direita reacionária e conservadora, com seus Cunhas e Bolsonaros, nem com sua nova cara mais liberal, como o MBL e o Vem pra Rua, que vão dar uma resposta para nossos anseios. Somos uma geração que já percebeu que o capitalismo não dá mais, que nossos sonhos e nossas vidas não cabem nesse sistema. E por isso nos organizamos, por isso lutamos contra o capitalismo e contra todas as suas formas de exploração e opressão. Queremos ser aqueles jovens que vão lutar lado da classe trabalhadora contra esse sistema, em defesa de nosso futuro. Afinal como disse o grande revolucionário Leon Trotski: “A vida é bela. Que as futuras gerações a livrem de todo mal e opressão, e possam desfrutá-la em toda sua plenitude.

É por esses motivos, mas por tantos outros, que nós gostaríamos de convidar todos aqueles jovens que também não aguentam mais viver sobre a opressão e a exploração desse sistema a virem construir conosco uma voz anticapitalista. Queremos ser milhares de jovens que se colocam ao lado dos trabalhadores contra esse sistema e abrimos o Esquerda Diário para todos aqueles que desejam expressar nossa voz.

É com essa perspectiva, de dar voz as nossas lutas que nós da Faísca – Juventude Anticapitalista e Revolucionária, construiremos as campanhas dos candidatos a vereadores do MRT pelo PSOL, Diana Assunção em São Paulo, Danilo Magrão em Campinas, Maíra Machado em Santo André, Carolina Cacau no Rio de Janeiro e Flávia Valle em Contagem. Queremos convidar a todos os jovens que compartilham dessas ideias para ser parte da campanha conosco. Convidamos especialmente aos companheiros de São Paulo para participarem da atividade de lançamento da camarada Diana Assunção, que acontecerá nesse sábado, 30 de julho.

Sejamos milhares de vozes anticapitalistas lutando pelo direito da juventude e dos trabalhadores!

 
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