A contraditória declaração dada pelo Ministro golpista da Justiça Alexandre Moraes ocorreu durante uma vistoria no Aeroporto Internacional de Guarulhos em São Paulo, aonde o Ministro pôde ser fotografado para o Globo cumprimentando um policial vestindo armadura anti-bombas, aparato até então só haviam sido visto em filmes da Tela Quente. Durante as Olimpíadas no Rio o aeroporto contará com 700 policiais federais, 300 a mais do que o usual, além de 279 policiais militares, equipamento de rastreamento de bombas e drogas.
Alexandre Moraes declarou à imprensa que: “— O monitoramento, o rastreamento, a investigação continua não só agora durante a Olimpíada, mas principalmente em virtude do momento que vive o mundo, agora continua, diríamos que para sempre.” Fazendo referência aos atentados do Estado Islâmico, principalmente na França, mas também ocorridos na Alemanha nesta semana, Moraes sustenta tenta justificar a necessidade do imenso aparato repressivo montado para os jogos do Rio 2016.
No entanto, quando questionado se haveria um motivo especial para isso –entenda-se nas entrelinhas como qualquer fundamento que sirva de suspeita de ameaça de atentado- Moraes pausa sua análise baseada nas notícias da imprensa burguesa internacional para responder com a versão oficial do governo golpista de Temer: “Nossa maior preocupação é que as pessoas venham para o Brasil com absoluta tranqüilidade para assistir os Jogos Olímpicos.”
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Moraes tenta estender o limite de manobra encontrada pelo governo golpista de Temer para justificar o aumento do aparato policial durante as Olimpíadas. O governo, com a alegação do fantasma do terrorismo, trabalha para aumentar o aparato de repressão que sem dúvida será usado depois contra os movimentos sociais e greves que lutem contra os cortes que o governo prepara. Para justificar este fortalecimento das forças policiais agita um fantasma do terrorismo para tentar ganhar apoio da população às estas medidas, quando o que realmente põe em ameaça a vida da população são as medidas de corte nos serviços públicos, o desemprego e as ameaças de cortes em direitos como aumento da idade para se aposentar e medidas que ataquem a CLT.
Até o momento, a força tarefa montada pelo governo tem sido ativa em operações midiáticas, como a prisão de 10 “suspeitos” baseada em nenhuma prova consistente além de conversas de Whatsapp. O desejo de Moraes, de angariar apoio à uma sociedade vigiada ostensivamente pelo “grande irmão”, por enquanto ainda é sonhar alto.
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Moraes trabalha com qualquer brecha que encontre para aumentar o poder de fogo do aparato de repressão. Foi bem sucedido em sua missão até então, ao ser promovido com o golpe institucional de Secretário de Segurança do Alckmin à Ministro, levando consigo as leis que permitiam a PM reprimir ocupações e realizar reintegrações de posse sem mandato judicial. Agora com os jogos Olímpicos e a vinda de delegações estrangeiras ao Brasil, o estado brasileiro deu todas as prerrogativas para um reforço deste aparato. Monitoramento eletrônico, prisão por “suspeita de terrorismo” e policiamento ostensivo com apoio da própria Guarda Nacional são as armas que conta até então. É preciso combater essa escalada repressiva, bem como a lei anti-terrorismo, sancionada por Dilma enquanto ainda era presidente, e que visa reprimir a população em meio à crise econômica, política e social que assola o país.
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