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TRIBUNA ABERTA
Preparem os bolsos: chegou a hora de pagar o pato
Gustavo Munhoz
ABC Paulista

A expressão citada no título foi a principal bandeirinha carregada por Skaf, PMDB, MBL e companhia nas passeatas que percorreram o Brasil em março, ao som de vozes calorosas e desinformadas pedindo o impeachment da presidente, agora afastada, Dilma Rousseff. Aos gritos de “Fora, Dilma!” e “Não vamos pagar o pato”, milhares de pessoas se viram regadas de champanhe e mordomias em plena Paulista, com direito a filé mignon e muita hipocrisia.

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Mas, a pergunta é: se eles não pagarão o pato, quem pagará? Bom, não é a FIESP. Na última semana, os principais jornais brasileiros bombardearam a população com a mais nova pérola: a dívida da FIESP é de exatos 6,9 bilhões de reais, divida essa maior que de 18 estados brasileiros e que, com esse dinheiro, o subsidio aos estudantes do “Ciências sem Fronteiras” poderia ser até triplicado. Parece muito dinheiro, não é? E é mesmo. A bomba foi tão forte que o até então diretor da FIESP, Laodse de Abreu, renunciou ao cargo. Ele também não pagará o pato.

Em meio a esse chove não molha, parece que Michel Temer e seu grupo encontraram quem irá pagar o pato. E não é pouca gente. Recentemente, o presidente interino tem aderido a reuniões com empresários e já demonstra sinais claros do seu ataque aos direitos trabalhistas: flexibilização da CLT, aprovação da terceirização, aumento da carga horária e outras regalias aos poderosos. Cumprindo sua agenda neoliberal, o interino cancelou o financiamento ao Minha Casa Minha Vida, e permitiu que a Caixa Econômica Federal aumentasse o crédito para pessoas com maior renda. E até pouco tempo, dizia o mesmo que o país necessitava de grandes reformas econômicas para que a economia pudesse se consolidar.

A agenda neoliberal não parou por aí. O senador Magno Malta apresentou ao Senado o mais novo projeto de censura jovem: o Escola Sem Partido. No projeto, as consideradas “doutrinações feitas por professores” estarão completamente proibidas, além de obras e textos que ferem o crescimento da consciência e opinião dos jovens. A piscina do conservadorismo brasileiro nunca foi tão funda. Em tese, o projeto interfere completamente no modo cujo qual os professores tem comandado as suas aulas, e interfere na construção crítica de cada jovem, impedindo que o mesmo determine para si, qual caminho ideológico é interessante para se seguir.

O pato da FIESP nunca foi tão salgado como agora, a democracia brasileira, jovem e inexperiente, nunca gritou por socorro tão alto como agora. Aparentemente, o preço é alto e está sendo pago aos poucos, e cada vez mais a classe operária está sendo a bola da vez, com seus direitos pisoteados. Para a juventude, o cale-se em forma de lei. E agora, José?

 
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