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ESCOLA SEM PARTIDO
Quem está por trás do projeto Escola Sem Partido?
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

O projeto reacionário "Escola Sem Partido’’ que está sendo proposto pela direita golpista, visa acabar com a liberdade de crítica dentro da sala de aula. Neste sentido, este site fez uma investigação para saber quem está por trás deste projeto.

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O autor principal deste projeto absurdo, o advogado Miguel Nagib, em 2013 soltou um artigo no Blog Escola Sem Partido com a intenção de perseguir a professora da FATEC Cléo Tibiriça. De acordo com a própria professora na época, o advogado Miguel Nagib fez uma seleção parcial e descontextualizada de textos que ela leva para debate em sala de aula. Alguns textos como a "Era dos extremos’’ de Eric Hobsbawn e o "encontro com o Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá’’, documentários de Silvo Tendler foram citados pelo advogado.

Este texto feito por Miguel Nagib ganhou repercussão na época e o colunista reacionário Rodrigo Constantino que época escrevia para a revista Veja, comentou este caso no seu blog. De acordo com a própria professora "tem aí uma tentativa de intimidação’’ e "Estou indignada, porque o Constantino é uma pessoa igualmente violenta’’. Na época a professora disse estar sendo atacada e cerceada.

Sobre os comentários do artigo de Rodrigo Constantino, na época a professora falou: "Alguns comentários postados ao texto do Sr Constantino são muito preocupantes pela violência, pelo rancor, pela perversidade de alguns comentários’’ e depois complementou "Não há debate nenhum. Eles acusam, eles julgam, eles pedem a pena. É uma coisa muito parecida com aquela caça as bruxas. Ele está me acusando, ele está me julgando e ele pede que acendam uma fogueira contra mim’’.

Num debate organizado em 2015 pela UERJ para discutir o projeto "Escola Sem Partido’’, aconteceram casos ameaças nas redes sociais, onde o evento foi convocado. Na época uma internauta escreveu "Tenham medo, abusadores de crianças. Vocês vão se arrepender por mexer com os nossos filhos, isso é uma promessa’’.

Um dos autores do projeto na Câmera dos deputados federal é o deputado federal Izalci Lucas do PSDB DF. Este deputado tucano teve seu sigilo fiscal e bancário quebrado autorizado pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido do Ministério Publico que esta fazendo uma investigação sobre um suposto esquema de desvio de recurso do programa DF Digital. A investigação aponta irregularidades nos contratos no valor de 34 milhões, durante a gestão de Izalzi Lucas, como secretário de Ciência e Tecnologia do governo Arruda.

O mesmo deputado que em 2015, foi condenado pela Procuradoria Geral da Republica por omissão nas contas eleitorais de 2006. A investigação aponta que o deputado tucano apenas declarou para a justiça eleitoral o valor de 150 mil reais, se omitindo de 300 mil doados pela empresa Sapiens. A mesma investigação aponta que existem 11 cheques no valor de 450 mil não declarados doado pela a mesma empresa.

Na cidade do Rio de Janeiro, o projeto foi apresentado pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do deputado federal reacionário Jair Bolsonaro. A sua argumentação em defesa do projeto é que "Eles querem ensinar que José Dirceu é herói’’ e propõe que os pais denunciem professores que estiverem "doutrinando os alunos’’ nas escolas e na secretária da educação. E no final continua "Se o menino é filho de religiosos, vai crescer pensando na historia do Adão e Eva para falar do começo da historia da humanidade. Deve se respeitar isso’’.

O vereador afirma que os alunos que possuem "ideologia contrária são hostilizados dentro da sala de aula’’ e no final defende a ditadura militar de 1964, dizendo que os militares não cumpriram nenhum papel no golpe: "Quem cassou o presidente em 1964 foram os deputados, não os militares’’. Flavio Bolsonaro, também filho do deputado federal reacionário Jair Bolsonaro apresentou um projeto no legislativo fluminense que proíbe a ‘’ideologização partidária na grade curricular ou em material didático’’.

Já o deputado Rogério Marinho do PSDB RN consegue defende cadeia para os professores que "doutrinarem’’ os alunos pra cadeia, pois de acordo com o tucano os docentes estariam praticando "assédio ideológico’’. O mesmo tempo que pede cadeia para professores, o deputado Rogério Marinho quando foi secretário dos governos de Aldo Tinoco, Wilma de Faria e Rosalba Ciarlini foi citado no escândalo do Saco Preto de Urbana para beneficiar á ex- candidata Márcia Maia com o dinheiro de caixa dois.

O mesmo deputado Rogério Marinho que responde a dois processos no Supremo Tribunal Federal. O primeiro processo foi por crime de corrupção passiva, o segundo inquérito que chegou no STF em 2010 trata – se de uma investigação relacionada ao tempo que foi presidente da câmera e que tem origem no Tribunal de Contas Estadual e diz respeito a prestação de Contas. Rogério Marinho virou destaque nas redes sociais, quando a sua esposa estava na lista dos funcionários com super salário na Assembléia Legislativa. Acusada de ser funcionária fantasma, nem ela e Rogério se manifestaram.

Este tema virou destaque na grande mídia quando o Alexandre Frota entregou para o ministro da educação golpista, José Mendonça Filho, um projeto que defende a Escola Sem Partido. Alexandre Frota que é contra que se faça discussão de gênero dentro da sala de aula é o mesmo que abertamente no programa de Danilo Gentili ter estuprado uma mãe de santo. É o mesmo que processou a militante do PSOL, Samia Bonfim, por calunia quando a mesma denunciou Frota pela suas declarações dada no programa de Gentili.

Os reacionários que querem a Escola Sem Partido estiveram na linha de frente do Golpe

Estas pessoas que defendem a Escola Sem Partido são os mesmos que estiveram na linha de frente em defesa do golpe institucional. O corrupto deputado Rogério Marinho participou ativamente das manifestações em defesa do impeachment que ocorreram em Rio Grande do Norte. Já a família Bolsonaro esteve em peso nas manifestações em defesa do golpe institucional no Rio de Janeiro e São Paulo, sendo que uma das primeiras manifestações que ocorreram, Flavio Bolsonaro foi armado com uma pistola. Já na manifestação golpista que ocorreu em Brasília, o deputado federal Izalci Lucas esteve presente

A intenção destes deputados ao participarem dos atos golpistas não foi pra combater a corrupção, mas sim para fazer com que a superestrutura política do país gire a direita, abrindo espaço para que projetos como Escola Sem Partido pudessem ser aprovado. Como eu escrevi neste artigo aqui é impossível a ciências humanas ser neutra, pois vivemos numa sociedade dividida em classes sociais e isto é refletido dentro do conhecimento da sala de aula. Quando estes articuladores da Escola Sem Partido colocam suas manguinhas de fora pra fazer com que este projeto seja aprovado, estes tomam partido em defesa dos ataques contra a classe trabalhadora e os demais setores populares da sociedade, dos seus esquemas de corrupção e dos cortes na educação.

Eles possuem um imenso medo da juventude que estão ocupando as suas escolas em defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade. O principal medo destes políticos corruptos é que a juventude passe a questionar estes esquemas de corrupção citados neste texto e principalmente se apaixonem pela teoria revolucionária e comecem a questionar os seus status – quo.

 
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