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CAOS NA SAÚDE
Desvio de R$18 milhões no Hospital das Clínicas da USP
João Alberto

Nessa segunda-feira, 18, veio a público a informação de que um diretor e um neurocirurgião do Hospital das Clínicas (HC) da USP montaram um esquema para desviar recursos do SUS através da compra de equipamentos médicos sem licitação.

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Waldomiro Pazin, diretor administrativo do setor de neurocirurgia, o médico cirurgião Erich Fonoff, e o dono e uma funcionária da empresa Dabasons,que importava os equipamentos, foram levados coercitivamente para prestar depoimento.

Segundo as investigações do Ministério Público Federal, pacientes com Mal de Parkinson eram orientados pelos médicos investigados a entrarem na justiça para pedir a compra de marca-passos, para que suas cirurgias fossem realizadas. Com a decisão judicial, dispensava-se a licitação para a compra dos equipamentos, sendo os mesmos adquiridos diretamente da empresa que os importava, por valores cerca de 300% maiores. Enquanto um conjunto de marca-passo e eletrodos adquirido por meio de licitação custa ao hospital cerca de R$ 27 mil, os adquiridos por Pazin e Fonoff superavam a marca de R$ 100 mil. Até agora, foi confirmada a realização de 154 cirurgias através desse esquema, somando mais de R$ 13 milhões roubados, e outras ainda são investigadas, o que pode representar um prejuízo total ao HC de cerca de R$18 milhões.

Fonoff é um assíduo militante anti-petista. Em suas redes sociais, tem divulgado os atos da direita verde-e-amarela pelo impeachment, e defendido o "fim da corrupção" por meio da prisão do Lula e extinção do PT. Mais um exemplo do cinismo e hipocrisia da direita golpista. Enquanto brada nas redes sociais contra a corrupção petista (que é notória), rouba verbas de um dos mais importantes hospitais do país, que poderia estar se revertendo em mais e melhores atendimentos à população trabalhadora. Sem os desvios, outras 400 cirurgias de colocação de marca-passo poderiam ter sido feitas.

Esse caso é significativo para entender alguns dos reais motivos da crise financeira alegada pela USP. Os insuficientes recursos do ICMS destinados para o custeio das universidades estaduais de São Paulo (9,57% do total desse imposto) são em parte absorvidos pelos super-salários de burocratas ou desviados em licitações e compras com cartas marcadas. É preciso cortar os privilégios da burocracia acadêmica (que inclui até aluguel de aeronaves) e acabar com os esquemas de corrupção. Porém isso só será possível quando toda a comunidade universitária tiver acesso aos livros de contas e tomar o controle da universidade, para decidir onde e como gastar os recursos. Somente com estudantes, trabalhadores e professores gerindo as universidades, e não um punhado de apadrinhados do governador ou da reitoria, é que poderemos acabar com todos os desvios de dinheiro, e colocar a universidade a serviço dos trabalhadores, da juventude, dos negros e LGBTs.

 
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