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CORREIOS
Presidente dos Correios culpa trabalhadores pela situação da empresa
Redação

Novo presidente dos Correios, Guilherme Campos culpa os funcionários pela situação da empresa. Segundo ele, o problema seria o absenteísmo dos ecetistas e o excesso de atestados médicos.

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Novo presidente dos Correios Guilherme Campos, recém-indicado pelo ministro da comunicação Gilberto Kassab, em lamentável entrevista exclusiva à rádio CBN, divulgada nesta segunda, culpa os funcionários pela situação da empresa. Segundo ele, o problema seria o absenteísmo dos ecetistas e o excesso de atestados médicos, comentando ironicamente que “fica preocupado que os Correios fazem mal a saúde”. O objetivo do presidente, segundo ele mesmo, é a redução do quadro de funcionários (principalmente de aposentados que continuam trabalhando) através de um novo PDV, e o aumento da produtividade. Disse ainda que espera maior empenho e mudança de atitude dos trabalhadores

Aparentemente, o presidente se esqueceu de considerar os inúmeros casos de suspeita de corrupção e desvio de verba da empresa que recorrentemente aparece nos noticiários. Também se esqueceu de mencionar os questionáveis gastos elevadíssimos como, por exemplo, o patrocínio das Olimpíadas, a criação da Correios Par e a mudança de logo, os altos gastos com empresas de publicidade, os prédios elefantes brancos com aluguéis altíssimos enquanto outros de propriedade da empresa estão abandonados... Outro ponto importante são os gigantes gastos com indenizações pela não entrega no prazo do sedex, causado pela falta de funcionários. Com esses elementos, que questionam a boa administração da empresa, a afirmação de Campos sobre a culpa dos trabalhadores é no mínimo leviana, mas mais parece má fé.

Como o novo presidente nunca carregou cargas enormes por um percurso exaustivo, nunca sofreu recorrentes assaltos, nunca trabalhou exercendo função de bancário e atendente, com filas e metas pressionando e sistema lerdo, nunca teve que achar soluções mirabolantes para dar conta do serviço como cadeiras amarradas com fitilho, e tantos improvisos cotidianos para suprir materiais precários, nunca vivenciou nada disso já que nunca trabalhou nos Correios, não entende o porquê os trabalhadores recorrem constantemente ao médico. Talvez fosse necessário o presidente conhecer um pouco mais de perto a própria empresa que administra, assim veria que a sobrecarga de trabalho que ele chama de “aumento de produtividade” já existe há anos na vida dos trabalhadores e justamente é uma das causas de inúmeras doenças. Os Correios fazem, sim, mal a saúde.

Os Correios deveriam contratar mais funcionários, abrindo concurso e efetivando os terceirizados, assim diminuiria a procura pelos médicos e as indenizações, ao mesmo tempo em que retirasse os corruptos e administrasse corretamente a empresa.

Mas é pouco provável essa solução vir da boa vontade de algum presidente indicado por políticos podres como Kassab. Ao contrário, Guilherme Campos é o mesmo político acusado de fraudar assinaturas para legalizar seu partido (PSD) e seu objetivo está longe de ser transformar os Correios na empresa que merecemos. Seu discurso busca colocar a população, e principalmente a classe média descontente, contra os trabalhadores, reforçando o mito de que a empresa pública não funciona porque os trabalhadores são acomodados e de que, portanto, privatizar é melhor. Só com esse discurso fajuto para justificar as demissões que estão planejadas quando qualquer um que passou uma hora nas filas das agências ou recebeu encomendas atrasadas sabe que são necessários mais funcionários, e não menos. A conta não fecha.

Guilherme Campos não foi colocado nesse posto à toa. Ele tem uma missão. Sabemos que o governo golpista pretende privatizar tudo que for possível, e que não vai ser possível enrolar os trabalhadores. Eles sabem que haverá enfrentamento. Sua tarefa é isolar os trabalhadores da população e com sua conversinha de empresário justificar os ataques e a privatização. A única saída é a organização na base e em aliança com os trabalhadores de outras categorias e junto à população, é preciso enfrentar esse projeto e lutar por uma empresa estatal e de qualidade, a serviço da população e gerida pelos trabalhadores

 
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