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Apesar dos lucros exorbitantes, empresas aéreas demitem. É necessário nos organizarmos contra as demissões!
Romeu Montes, aeroviário de Guarulhos

Nos últimos meses mais de 3.650 trabalhadores perderam seus empregos no setor. Latam, Gol, Azul e Avianca já avisaram que irão atacar mais.

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Apesar da crise, mercado da aviação continua crescendo e os lucros então...

Cotidianamente sentimos a inflação e carestia abocanhando grande parte da renda, e os trabalhadores da aviação – assim como da indústria e de outros setores da economia – temos que nos preocupar com os anúncios de demissões em massa ainda que as empresas apresentem lucros exorbitantes.

O que a ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) chama de pior momento da aviação desde 2003 é na verdade a grande justificativa para tornar as demissões “aceitáveis”, porém, escondem que Latam, Gol, Azul e Avianca continuam enriquecendo, ainda que em menor medida comparando a outros anos, ao ponto dos capitalistas maquiarem o crescimento como “retração” e assim desferirem o ataque de 3.650 demissões no último ano.

De acordo com a Fentac-CUT em 2015 mais de 2.300 postos de trabalho foram cortados. Neste ano, só na Gol, do empresário Constantino – atualmente investigado na ‘Operação Lava Jato’ – já foram demitidos mais de 1.050 trabalhadores, e a Latam (nova marca que resultou da fusão entre TAM e LAN), sozinha, demitiu mais de 2.000 funcionários, o que nitidamente tem gerado impacto nas operações.

Quanto mais demissões, mais exploração, e um alerta para o aumento do risco de acidentes

Além do impacto nas operações que a redução dos quadros têm gerado, com aumento no número de atrasos e cancelamentos de voos, essas demissões em massa também trazem um aumento na superexploração dos trabalhadores de voo e solo, que vêm suas escalas de trabalho planejadas de formas desumanas, com diminuição no número de folgas e mais exigências de horas-extras, causando mais afastamentos por acidentes de trabalho, rotinas estressantes e situações que comprometem a segurança dos trabalhadores e diretamente dos voos.

Outra prova de como estão mentindo sobre a crise no setor é que os custos com combustíveis que sempre foram utilizados como desculpa para não conceder aumentos aos trabalhadores, caíram mais de 60% e mesmo assim seguem as demissões.

Devemos exigir dos sindicatos que organizem uma luta de fato contra as demissões levantando um programa operário de saída da crise

Os ricos se aproveitam do fantasma das demissões e o exército de desempregados no país para empurrar piores condições de trabalho.

Os representantes dos ricos, que parasitam no congresso brasileiro com seus métodos corruptos e golpistas, seguem com ajustes econômicos que blindam os ataques capitalistas e criam novas leis anti-operárias, como a conhecida ‘céus abertos’, que visa entregar a exploração do setor aéreo nacional para mãos estrangeiras.

Diante de tantos ataques aos trabalhadores, os sindicatos nada fazem para os impedir. Mesmo quando houve oportunidade de aproveitar as mobilizações da categoria, que chegou a se organizar e fazer paralisações por aumento salarial no começo do ano, o sindicato cutista não lutou pela estabilidade do emprego como condição para atravessar a crise.

As últimas lutas e ações independentes dos trabalhadores – que já não suportam mais as condições desumanas das escalas, das jornadas de trabalho e o peso da inflação – apontam uma tendência progressiva que deveria ser canalizada para exigir dos sindicatos que organizem seriamente a defesa do emprego com escala móvel de salários e redução da jornada de trabalho sem redução salarial, garantindo os empregos existentes e abrindo a possibilidade de contratação de trabalhadores desempregados, assim como exigir a proibição das demissões, abertura das contas de todas as empresas e que estas contas sejam apuradas pelos trabalhadores, estatizando todo o sistema aéreo e colocando-o sobre controle dos trabalhadores da aviação e passageiros para garantir operações mais seguros e empregos dignos a todos.

 
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