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CORRUPÇÃO
Como combater a corrupção?
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

A demagogia do governo golpista de Michel Temer não tem limites: liberação de verbas enquanto espera passar as eleições de outubro para alterar a Constituição vigente dos poderosos a fim de reduzir o teto de gastos com a saúde e a educação de acordo com a inflação do ano anterior, saqueando os cofres públicos para agradar cada vez mais os detentores da dívida.

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Enquanto os professores de São Paulo não recebem aumento salarial há 30 anos e a educação pública padece de enorme sucateamento, com as universidades estaduais e federais atrasando salários e cortando bolsas, os aumentos salariais dos juízes e promotores impactarão em R$22,26 bilhões o orçamento público até 2019.

O PT, como já é sabido por todos, está envolvido até o pescoço nos esquemas de corrupção capitalistas. A busca da “governabilidade” sempre significou, para Lula e Dilma, a conciliação com a direita e com os patrões no âmbito político. E no âmbito sindical, isolar, fragmentar e derrotar as lutas dos trabalhadores, impedindo que emergissem como sujeito político independente à esquerda do PT. Esta “oposição responsável e pacífica” aceita o golpe institucional e é uma grande ajuda ao Judiciário golpista, que graças a Lava Jato aparece como principal ator político nacional.

Uma coisa tem de ficar clara: a Lava Jato não vai, e nem pode, acabar com a corrupção. Seus métodos reacionários e antidemocráticos (prisões preventivas, delação premiada) estão a serviço de selecionar um esquema de corrupção com o rosto da direita em detrimento daquele com a cara petista. No país em que a polícia militar assassina impunemente (a maioria negros) com ajuda do mesmo judiciário, essas medidas usadas na Lava Jato já presentes nos morros e favelas recairá inevitavelmente contra os trabalhadores em luta contra os ajustes dos governos.

Assim querem nos fazer acreditar que os juízes, cheios de privilégios financeiros, com mil laços com os políticos corruptos e que não são eleitos por ninguém, podem “combater a corrupção”. Os bilhões de reajuste do Judiciário e do Legislativo contrastam com o desemprego de milhões. Como poderia esta casta combater a corrupção? Impossível.

Pensamos de outro modo. Uma primeira medida concreta é lutar para que todos os políticos e juízes vivam com o salário igual ao de uma professora da rede pública. Além disso, os juízes devem ser eleitos e junto com os políticos devem ter seus mandatos revogados (anulável) a qualquer momento por seus eleitores.

Os crimes cometidos pelos políticos devem ser julgados pela população através de júris populares. Todos sabem quanto ganham os trabalhadores; por que não se sabe quanto lucram os empresários e para onde vai este lucro? É necessária a abertura de sigilo das contas das empresas e também dos empresários. Para que não coloquem este dinheiro roubado fora do país é preciso nacionalizar o comércio exterior e impor um banco estatal único que registre e contabilize os bens nacionais sob controle dos trabalhadores.

Os bens dos políticos corruptos e de suas famílias devem ser confiscados e esse dinheiro deve voltar para os trabalhadores por meio de planos de obras públicas. As empresas devem pagar por seus crimes de corrupção, suas contas devem ser investigadas pelos trabalhadores e por especialistas eleitos nas universidades públicas.

Todas as privatizações feitas desde os anos 90 devem ser revertidas e a Petrobrás reestatizada, tudo sem indenização, já que privatizar não é combater a corrupção, mas sim facilitar demissões e promover desastres ambientais como fez a Vale em Mariana. Essas empresas devem ser administradas pelos próprios trabalhadores, que tem interesse real em seu bom funcionamento.

Só por esse caminho e com essas medidas poderemos vencer a corrupção e a impunidade, em luta por uma nova Constituinte, com representantes nossos que discutam seriamente os problemas do país e como resolvê-los, onde lutaremos para que a crise seja paga pelos capitalistas. Uma Constituinte destas características seria um grande aprendizado, auxiliando na compreensão da necessidade de um governo dos trabalhadores que rompa com o capitalismo e a burguesia.

 
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