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CORRUPÇÃO
Operação Turbulência: Empresário foragido foi morto por envenenamento
Valéria Muller

No dia 22 de junho o empresário Paulo César de Barros Morato, foragido da chamada "Operação Turbulência", que investiga lavagem de dinheiro na campanha eleitoral de Eduardo Campos, foi encontrado morto em um motel na cidade de Olinda. Na quinta (30) o laudo médico indicou envenenamento como causa da morte. Se o empresário foi assassinado em alguma queima de arquivo ou se matou por ver ruir o esquema que o enriqueceu desde 2010, ainda não foi descoberto.

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A Operação Turbulência foi iniciada pela Polícia Federal na terça-feira, 21 de junho, um dia antes do corpo do empresário ser encontrado. Ele era o único foragido da Operação, pois os demais empresários envolvidos foram presos ainda na terça-feira: João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal, além de Paulo Morato, são apontados como responsáveis por empresas fantasma que lavaram cerca de R$ 600 milhões na campanha eleitoral de Eduardo Campos. Este dinheiro foi usado, segundo a investigação, para formar "caixa dois" para outras empresas e pagamento de propina.

A investigação começou em 2014, quando o candidato do PSB morreu na queda do avião utilizado em sua campanha. A partir de movimentações financeiras em torno da compra da aeronave, foi verificado que essas empresas fantasma faziam transferências milionárias entre si e em contas de "laranjas" para desviar dinheiro. Dessas transações foi descoberta uma verdadeira quadrilha de burgueses, que, segundo a investigação, também pode ter financiado a campanha eleitoral de Eduardo Campos para governador de Pernambuco, em 2010.

A Operação investiga ainda transações financeiras de R$ 18,8 milhões entre a empreiteira OAS, grande financiadora das campanhas de Dilma, Aécio, Campos e outros políticos burgueses, e também investigada na Lava-Jato, e a empresa Câmara & Vasconcelos, uma das fantasmas da campanha de Eduardo Campos. A empresa declarou que o dinheiro era oriundo de "pagamento de serviços prestados". Porém, segundo a própria investigação, a empresa sequer existe. O responsável pela Câmara & Vasconcellos, segundo o Ministério Público Federal, é justamente o empresário encontrado morto um dia depois de seus amigos de quadrilha serem presos. Parece trama de novela, mas não é nada mais do que a podridão da política capitalista.

A Operação Turbulência evidencia, mais uma vez, as promíscuas relações entre os políticos, sustentados pelo dinheiro público com fartos salários, benefícios, diárias, e tantas outras regalias; e o que há de mais sujo da classe dominante, com suas milionárias transações, caixa-dois e pagamentos de propinas. Toda essa farra tem sua continuidade nas licitações, onde essas empresas desfrutam do dinheiro público como uma recompensa final pelas fartas "doações" de campanha.

Ainda que nesta operação não tenham ocorrido, até o momento, delações premiadas, esses empresários, assim como os políticos que eventualmente sejam presos, contam com esta opção para livrar sua pele, e "cumprir pena" confortavelmente em suas mansões. A mídia burguesa faz uma grande espetacularização destas operações da Polícia Federal. É armado um circo para convencer de um suposto combate à corrupção, que, na prática, não é mais do que enxugar gelo. O fato que se comprova a cada nova investigação é que toda a política capitalista é entranhada da podridão desse sistema corrupto, a partir de sua íntima relação com a burguesia, que mata e morre pelo seu lucro, seja no financiamento das campanhas, nas obras públicas ou nas parcerias público-privadas.

Foto: motel onde o empresário foi encontrado morto

 
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